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Traduzido por
Estela Ataíde
Publicado em
13 de jul. de 2018
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6 Minutos
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"A moda espanhola precisa de união entre a indústria e o design", diz diretora da fashion week de Madrid

Traduzido por
Estela Ataíde
Publicado em
13 de jul. de 2018

Agora, as rédeas da moda em Madrid estão nas mãos de Charo Izquierdo. A jornalista assumiu a direção da Mercedes-Benz Fashion Week Madrid em novembro de 2016, quando a sua fundadora e responsável, Cuca Solana, deixou o cargo após mais de 30 anos à frente da anteriormente conhecida como passarela Cibeles. Uma responsabilidade considerável à qual a diretora acrescentou, em abril, a direção das férias e eventos de moda da Ifema, encabeçados pela Momad Metrópolis e Momad Shoes. Uma mensagem de renovação e um longo caminho a percorrer para colocar a indústria da moda espanhola no seu devido lugar.

Charo Izquierdo, responsável pela MBFWM e pelas feiras e eventos de moda da Ifema - Ifema

 
"A grande revolução foi a mudança de datas"

Parar é morrer, deve ter pensado Charo Izquierdo quando assumiu o cargo de diretora da passarela madrilena. E não demorou muito para começar a trabalhar. "A mudança de datas foi uma prioridade quando entrei, há 15 meses. Estava ciente de que não iríamos fazer absolutamente nada a nível internacional enquanto continuássemos a coincidir com Londres", explicou a propósito da situação que, até agora, deixou Madrid em segundo plano, ofuscada pelas fashion weeks das quatro grandes capitais da moda mundial . "A ideia foi sair do grande circuito das passarelas internacionais e tentar ficar depois da Alta Costura de Paris, no final de janeiro e inícios de julho."

A iniciativa, que visa encontrar o espaço de Madrid num calendário cada vez mais sobrecarregado, foi recebida de maneira agridoce. Enquanto a Ifema se congratula com a sua perspetiva internacional, que deverá permitir atrair mais imprensa e compradores estrangeiros, alguns setores da indústria espanhola mostram-se reticentes face à mudança, alegando que julho "não é o melhor momento, com imprensa, agências e empresas com trabalho intensivo ou parte do pessoal de férias”. Nunca é possível agradar a todos e Izquierdo salienta as suas intenções. “Com um mérito incrível, conseguimos ter uma passarela durante 35 anos nestas condições de datas coincidentes que não se alteraram. Isso é algo muito importante. Mas, depois de um longo período de inércia, isso fez com que Madrid permanecesse em terra de ninguém”, nota.

Sobre a localização do evento, frequentemente questionada por alguns setores, Charo Izquierdo deixa claro. "Trabalhamos com a instituição de feiras de Madrid, com muito boas instalações físicas", defende. "É verdade que há cada vez mais designers e marcas que, apesar de ser caríssimo, preferem ter um espaço único para si. Agora chegou-se à conclusão de que, ainda que façam os seus desfiles fora da Ifema, devem ser incluídos no calendário, o que contribui para o seu enriquecimento", explica, destacando a sua principal preocupação: “O meu objetivo é fazer com que seja rentável para as marcas espanholas desfilar em Madrid."

Para a sua 68ª edição, a Mercedes-Benz Fashion Week Madrid adiantou o seu início dois meses, decorrendo de 6 a 11 de julho. Uma agenda cheia, com apresentações e desfiles de até 47 designers e marcas, dentro e fora do centro de exposições de Madrid.

Comunicação e unidade, os problemas endémicos da moda espanhola

"A nossa grande fraqueza é a comunicação", diz Charo Izquierdo. "Quando se trata de destacar designers e marcas, os meios de comunicação têm preferido, historicamente, falar sobre marcas internacionais em vez de darem atenção às espanholas. Isso é inédito e não acontece noutros países", argumenta. Face a esta problemática, a solução parece passar por estabelecer sinergias. "A imprensa tem que entender que é vital reforçar a comunicação dos nossos próprios designers e marcas, para o bem de todos. Às vezes, são acusados de não fazer publicidade, mas se não aparecerem, venderão menos e nunca terão uma economia que lhes permita fazer publicidade. É um ciclo vicioso. Os meios de comunicação precisam de entender que prestam um desserviço se não falarem sobre a moda espanhola”, conclui a diretora.

Embora a passarela madrilena queira igualar-se à sua homóloga de Londres e, gradualmente, ganhar terreno, os ingleses ainda sobressaem noutras áreas. "No Reino Unido, existe um órgão, o British Fashion Council, que agrupa tudo o que acontece na moda", analisa Izquierdo, não sem uma certa inveja saudável. E acrescenta: "É uma decisão do país e nós precisamos desse impulso, com um organismo que venda a marca Espanha, para a qual a moda é uma bandeira muito importante. É uma determinação que tem que vir de cima". Mas, a reivindicação de Izquierdo vai mais longe, sublinhando a importância da moda espanhola: da grande empresa de distribuição que mudou a maneira de entender o consumo em todo o mundo, como grandes empresas como o grupo Puig, empresas internacionais como a Delpozo, outras que não podem renunciar às suas origens, como a Loewe, e recém-chegadas que estão a mudar o panorama, como a Palomo Spain. "A única coisa que nos resta é acreditar", diz Izquierdo.

Segundo a diretora, o compromisso do país não envolve apenas instituições e meios. "É fundamental uma união entre a indústria e o design para que isto avance. Designers ligados a uma marca com capacidade de produção podem ter muito valor, com níveis de produção que os fazem ter uma maior repercussão." Com este objetivo em mente, a sua nomeação como responsável dos eventos de moda da Ifema pode ser fundamental. "Para mim, é muito importante que tenham posto nas minhas mãos as feiras e a passarela, para que eu possa influenciar a união entre a indústria e o design."
 
E o facto é que as feiras de Madrid precisam de se modernizar, digitalizar e adaptar aos novos tempos de marcas e consumidores mais jovens se quiserem sobreviver e continuar a ser atrativas. "Sou da opinião de que tudo pode ser renovado e tudo merece ser renovado. Temos que trabalhar arduamente pela qualidade, a atual é muito boa, mas teríamos que aprofundar”, diz Izquierdo, deixando claras as suas prioridades no cargo. "O meu objetivo número um é trabalhar numa oferta de qualidade que me permita alcançar o segundo objetivo: conseguir atrair compradores nacionais e internacionais de qualidade."

Para isso, anuncia-se uma importante revisão dos fundamentos dos eventos. "As feiras precisam de trabalhar muito no conceito", refere. "O número de metros quadrados vendidos é muito importante, mas é igualmente importante o conceito ao nível da feira e os setores dentro da mesma. A Momad tem que se dirigir à multimarca espanhola e não apenas ao comprador internacional.” E acrescenta: "Além disso, é muito importante aprofundar o conceito de sustentabilidade, trabalhar o masculino, que não tem estado tão presente na feira e que hoje em dia tem muitas possibilidades. Também é preciso trabalhar num campo mais digital e entrar em contacto com o público final através das feiras."

Da mesma forma, Charo Izquierdo pretende impulsionar o salão do calçado. "A Momad Shoes é uma feira que também tem que se transformar e conseguir ser representativa do segundo país europeu produtor de calçado. Pelo menos, somos obrigados a ter a segunda feira mais importante da Europa", explica com ambição. Em suma, os objetivos são os mesmos para ambas as feiras. "Temos que trabalhar nos conteúdos que oferecemos e enriquecer as feiras através de eventos de moda cada vez mais importantes, propondo stands, desfiles ou até concertos. No fim de contas, as feiras têm que ser um reflexo da sociedade", conclui com convicção. O caminho parece claro, agora resta percorrê-lo.

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