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Jornal T
Publicado em
26 de jul. de 2017
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A aflitiva escassez de mão-de-obra e os meios de a esconjurar

Por
Jornal T
Publicado em
26 de jul. de 2017

”Daqui a dez anos não vamos ter gente para trabalhar. Não sei como vai ser”, desabafou Conceição Dias, CEO do grupo Sonix/DiasTêxtil, durante o semanário sobre Internacionalização que a ATP organizou esta semana no CITEVE, com o apoio da Magellan.


O tema era a internacionalização, mas a conversa inevitavelmente derrapou para a falta aflitiva de mão-de-obra especializada, pois só se pode exportar quando se tem produção para vender –  e a verdade é que, por muito boas que sejam a vontade e estratégia das empresas, a nossa ITV só tem futuro se souber ultrapassar a aflitiva carência de costureiras, engenheiros têxteis, serralheiros, etc, etc.
Conceição Dias organizou um curso interno de formação de costureiras. Começaram 23 raparigas, acabaram três. Pelo sim pelo não, até porque mulher prevenida vale por duas, na manhã do workshop a CEO da Sonix fechou a compra de uma confeção de que era cliente – e agora vai passar a trabalhar a 100% para o grupo Sonix/Dias Têxtil.
Se Conceição diz mata, Isabel Furtado diz esfola. A TMG Automotive contratou dez rapazes com o 12º ano, deu-lhes formação, mas ao fim de algum tempo só sobravam quatro. A maioria desertou invocando boas razões (ou nem tanto, como, por exemplo o que se justificou invocando que a namorada mudara de turno e se ele continuasse a trabalhar deixariam de ter tempo para estarem juntos…), sendo que a verdadeira razão é que preferiam estar em casa sem fazer nada, a receberem uma prestação social de 400 euros, do que a trabalharem numa fábrica, por 600 euros/mês.
Ou seja, além de tudo, a escassez de mão-de-obra num país como o nosso, com uma taxa oficial de desemprego de 10%, tem também uma dimensão ética – e exige medidas governamentais que combatam este contra-senso e estimulem o regresso dos desempregados ao mercado de trabalho.
Mas não só. “Deixamos denegrir a imagem da industria têxtil a tal ponto que ela deixou de ser apelativa para os jovens”, declara Isabel Furtado. Da plateia, Mira Amaral concordou, responsabilizando (sem o nomear) Alexandre Pinheiro por ter exagerado nas tintas pretas no retrato público que pintou do setor: “Queria fazer chantagem com o ministro, para extorquir ainda mais apoios do Estado, mas eu não fui nisso”.
“As únicas coisas que esse dirigente associativo conseguiu foi transmitir uma imagem enganadora do industria e alarmar os bancos, que logo se apressar em aumentar os spreads dos financiamentos às empresas têxteis”, afirmou o ministro que foi o pai do PEDIP.
Artur Soutinho assina por baixo. A ITV é uma industria muito competitiva e tecnologicamente avançada, mas não é essa a percepção que têm do setor a maioria da população, em particular os jovens, o que explica a fraca procura do curso de Engenharia  Têxtil da Universidade do Minho, apesar da pressão existente do lado da oferta, já que as empresas precisam deles como de pão para a boca.
São precisas costureiras e engenheiros têxteis, mas também outras profissões, como serralheiros, engenheiros de polímeros, etc, etc. “Na JMA mudamos para teares eletrónicos  e estamos com grande dificuldade em arranjar técnicos que os afinem. E também não é fácil encontrar um bom responsável pela tecelagem”, conta o CEO do grupo MoreTextile. Também faltam serralheiros e engenheiros de Gestão Industrial, alerta a CEO do grupo TMG Automotive.
Soluções?. Não há uma só, milagrosa, que resolva tudo. Mas há várias, como, por exemplo, tornar mais glamoroso trabalhar na têxtil (os jeans Aly John, da Lamosa, levam na etiqueta a assinatura da costureira que os produziu mais a data em que os concluiu), aumentar os salários, reconverter jovens com formações sem procura no mercado (os alemães estão a fazer cursos de seis meses com bastante sucesso) e/ou, por que não?, importar mão de obra especializada.
“O país está a envelhecer. A população está a diminuir. Com este inverno demográfico interno, se o país quer continuar a crescer tem de ir buscar gente a qualquer lado…”, conclui Artur Soutinho.

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