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19 de abr. de 2017
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Anastasia Radevich expõe “sapatos-escultura” no Museu do Calçado

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Agência LUSA
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19 de abr. de 2017

A designer bielorrussa Anastasia Radevich inaugura, no próximo sábado, no Museu do Calçado, em S. João da Madeira, uma exposição sobre os seus sapatos-escultura, que se afirmaram no panorama internacional do setor como símbolos da sociedade atual.

Museu do Calçado - Foto: Reprodução


A mostra intitula-se "Formas de Arte" e dará a conhecer o processo criativo da autora cujos sapatos se destacaram por exibirem saltos e solas esculpidos com estalactites, fósseis, máquinas "steampunk" e até frases como "This will destroy you / Isto irá destruir-te".

Para a diretora do Museu, Suzana Menezes, Anastasia Radevich é assim "uma artista singular", cujo "trabalho excecionalmente criativo é toldado por um mundo de fantasia e distopia onde os sapatos emergem como importantes símbolos totémicos da sociedade atual".

Já a própria artista, prefere descrever a sua obra como motivada por sensações de "liberdade e inspiração", defendendo que "abrir portas ao desconhecido através da criação de sapatos é apenas uma das formas de compreender o universo".

Em declarações à Lusa, Anastasia Radevih diz-se até "grata" pela oportunidade de explicar esses conceitos no museu que representa a indústria portuguesa do calçado, à qual reconhece "qualidade topo de gama e uma produção artesanal tradicional que ainda permite margens para retalho".

A criadora defende, aliás, que "um elemento importante para a receita de sucesso do calçado português é o facto de esse ser produzido num ambiente ético, pelo que marcas reputadas como Isabel Marant, Last Conspiracy, Axel Arigato e muitas outras optam por fabricar os seus modelos no país".

Atribuindo aos designers portugueses "uma identidade própria que se distingue pela qualidade dos materiais que usam e pela surpresa dos seus detalhes subtis", Anastasia Radevich assume-se apreciadora da forma como "os estilos tradicionais são modernizados com delicados novos elementos, criando assim peças intemporais".

A inauguração da mostra sobre o trabalho da designer bielorrussa é precedida por um seminário às 17:30 de sexta-feira, também no Museu do Calçado. O encontro dirige-se sobretudo a estudantes de Design e empresários do setor, mas também está disponível ao público em geral, mediante reserva prévia.

À mesma hora, mas no sábado, será então inaugurada a exposição "Anastasia Radevich - Formas de Arte", que substituirá a mostra com que o criador português Luís Onofre abriu a galeria temporária do Museu, em novembro de 2016.

A nova exposição marca também o arranque do ciclo de mostras "Num conto de Fadas - Da cabeça aos pés", que se propõe divulgar a história real de quatro jovens designers cujo talento e capacidade empreendedora levaram as suas criações a afirmarem-se internacionalmente.

No caso da criadora bielorussa com residência no Canadá, a exposição estará patente ao público até 30 de setembro e irá retratar a sua "larga experiência na área do design de calçado e de acessórios, no que se destaca o seu trabalho com o Grupo Aldo, a marca Bolongaro Trevor e os estilistas Alexander McQueen e Nicholas Kirkwood".

A mostra irá abordar seis anos de produção de Anastasia Radevich, organizados de acordo com os temas Biofuture, Kinetik, Dreamfall, Lost Civilizations, Alchemy e Terra Incógnita.

Segundo fonte do museu, a exposição representará assim "uma importante viagem de descoberta através do trabalho artesanal da designer", que, recorrendo a "longas noites em bibliotecas, experiências em laboratórios e diálogos intermináveis com o caderno de esboços", combina essas vivências com "uma grande criatividade e intensa mão-de-obra", para criar "peças únicas de harmonia e sofisticação".

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