Automação: fim da escravatura moderna?

As tecnologias que estão a tomar conta das fábricas podem ajudar não só em termos sociais, mas também ambientais.

À medida que a automação toma conta das unidades de fabrico de vestuário, as marcas têm que começar a desenhar produtos especificamente para estes processos, afirmou o responsável pela área de vendas da Softwear Automation, Pete Santora durante a conferência na Texprocess Americas, em Atlanta, nos EUA.

Ainda que esta revolução requeira uma alteração considerável na forma de atuação das empresas, poderá criar melhores produtos entregues no mercado à velocidade que os consumidores pretende.

Santora explicou que o design para automação tem como objetivo chegar ao «processo de tomada de decisões» e sublinhou que estas iniciativas podem levar a uma redução de resíduos e a mais eficiências.

A Softwear Automation estabeleceu uma parceria com a Avery Dennison neste sentido, integrando soluções de etiquetas na plataforma de produção abrangente da empresa de robótica.

«Esta parceria faz parte do nosso foco na inovação e na antecipação do que o mercado precisa mesmo antes que o próprio reconheça», destacou Michael Colarossi vice-presidente da Avery Dennison. «Estamos à procura de soluções que tenham flexibilidade de impressão por encomenda, acabamentos por encomenda e mudar a forma como uma peça de roupa é produzida, para tentar conseguir flexibilidade e simplicidade», apontou.

80% dos millennials esperam produtos customizados e personalizados e serviços que se adaptem ao que querem e quando o querem. Por isso, as empresas de vestuário não podem continuar com modelos antigos.

«Acreditamos que com a digitalização, velocidade e soluções automatizadas conseguiremos melhorar alguns destes graves problemas ambientais», revelou Colarossi. «Iremos conseguir oportunidades para levar a cabo uma customização e personalização em massa, se estiver perto do ponto de consumo e, de repente, a energia usada e as emissões de gás com efeito de estufa irão descer dramaticamente», acrescentou.

Joey Walsh, da TY Garments, adiantou ainda que a automação irá contribuir para um aumento de 10% na eficiência da sua fábrica chinesa. Quer implementar agora o sistema nos EUA, na unidade de Little Rock, Arkansas.

Os responsáveis das indústrias confiam que a tecnologia irá ainda melhorar a vida dos trabalhadores em toda a cadeia de produção e acabar com «a escravatura dos tempos modernos», resumiu o presidente da Softwear Automation, Palaniswamy Rajan.