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Portugal Textil
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20 de out. de 2017
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Bangladesh ameaça domínio chinês

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Portugal Textil
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20 de out. de 2017

O Bangladesh pode ultrapassar a China e tornar-se no maior fornecedor de vestuário da UE em 2020, graças a uma conjugação de preços competitivos e entrada sem taxas no mercado europeu.


Em 2016, as importações de vestuário da UE a partir do Bangladesh subiram em volume pelo nono ano consecutivo e, como resultado, a quota do Bangladesh nas importações europeias de vestuário quase que duplicou desde 2007, de 12,2% para 23,4%, destaca a mais recente edição do Textile Outlook International, publicado pela Textiles Intelligence.

Já a quota chinesa nas importações europeias de vestuário caiu pelo sexto ano consecutivo, para 37,9%, o que «reflete uma tendência sustentada por parte dos compradores europeus de se aprovisionarem em locais alternativos». Segundo a Textiles Intelligence, apesar da aparente redução dos preços por parte dos exportadores, «a indústria têxtil chinesa continua a lidar com problemas de aumento de custos e falta de mão de obra» e a estratégia de manter a sua quota de mercado com a redução de preços é insustentável para um país onde os custos de mão de obra estão a subir significativamente e a falta de trabalhadores é um problema crescente​.

O sucesso dos exportadores de vestuário do Bangladesh no que diz respeito a um rápido crescimento na quota de mercado e a ameaça ao domínio da China nas vendas de vestuário da UE pode ser atribuído a dois fatores, aponta o estudo. Um é capacidade de exportar vestuário para a UE sem taxas, ao abrigo do acordo preferencial GSP. O outro é o seu foco em produzir  exportar vestuário simples, básico, a preços competitivos, ajudados por custos laborais mais baixos.

Em 2016, o Bangladesh foi o segundo fornecedor mais barato de vestuário para a UE entre os principais países fornecedores, atrás do Paquistão mas à frente da China. Além disso, foi o fornecedor mais barato entre os principais 10 fornecedores em 12 categorias de vestuário.

«Contudo, resta saber se a quota das importações de vestuário da UE provenientes da China vai continuar a cair ou se irá nivelar. A China ainda tem um grande potencial não explorado e a capacidade da indústria de vestuário do Bangladesh para sustentar o crescimento à taxa atual continua a ser desconhecida», sublinha a Textiles Intelligence.

A indústria de vestuário do Bangladesh terá ainda de lidar com várias questões nos próximos anos se quiser manter o seu dinamismo. Esses problemas incluem o aumento dos custos de produção, preocupações com segurança, greves relacionadas com salários baixos, condições de trabalho e cumprimento de normas por parte das unidades industriais. No entanto, responder a essas questões pode levar a indústria a aumentar os seus preços de exportação e isso pode pôr um travão na procura.

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