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10 de abr. de 2013
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Bernard Arnault renuncia ao pedido de nacionalidade belga

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AFP
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10 de abr. de 2013

© 2013 AFP – O presidente e diretor executivo da LVMH, Bernard Arnault, indicou que ele estava renunciando ao pedido de nacionalidade belga, em uma entrevista, ao jornal Le Monde, publicada nesta quarta-feira, ao passo que a revelação deste requerimento, em setembro, havia suscitado uma onda de protestos, em pleno debate sobre a taxação e o exílio fiscal dos donos das maiores fortunas.

"Eu subestimei o impacto deste requerimento, do qual, aliás, me haviam assegurado que seria conduzido dentro da maior discrição. Por muitas vezes, expliquei que permaneceria morando na França e que continuaria a pagar impostos aqui. Em vão: a mensagem não surtiu efeito. Hoje, decidi esclarecer qualquer equívoco. Estou retirando meu pedido de nacionalidade belga", declarou.

Ele informou às autoridades belgas, nesta quarta-feira pela manhã, que estava retirando seu pedido de naturalização, destaca o Le Monde.

Bernard Arnault explica que nunca desejou deixar a França e tão pouco escapar ao imposto, e que seu requerimento era, antes de tudo, patrimonial, com o objetivo de que seus filhos não pudessem, por eventuais disputas de herança, se desfazer do império que ele construiu.

Pedir a nacionalidade belga visava a "proteger melhor a fundação belga que eu criei, tendo apenas por finalidade garantir a perenidade e a integridade do grupo LVMH se eu viesse a falecer e se meus beneficiários não entrassem em acordo”, declarou o magnata.

Aliás, Bernard Arnault, dono da segunda maior fortuna do mundo segundo a Forbes com 29 bilhões de dólares (22,1 bilhões de euros), salientou sua consciência moral face à "situação" da França: “Levando em conta a situação do país, os esforços de recuperação econômica devem ser partilhados. Quero, por meio deste gesto (o abandono de seu pedido de nacionalidade belga), manifestar meu comprometimento com a França e minha confiança em seu futuro", disse.

Bernard Arnault avalia que ele tinha "chances consideráveis de conseguir a nacionalidade belga", ainda que três instâncias consultadas na Bélgica tenham se oposto a seu requerimento.

Mas "não quero mais ser associado a uma situação na qual podem suspeitar que esteja desejando o exílio fiscal", explica o presidente da LVMH, que reconhece ter pensado injustamente "que a polêmica ia se aclamar".

Nesta entrevista, ele também disse que "o atual governo se pauta pelo bom senso" para voltar a dinamizar a economia e julga "necessário lutar contra os paraísos fiscais".

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