Jornal T
13 de fev. de 2017
Brexit ainda sem efeitos nos negócios do sector têxtil
Jornal T
13 de fev. de 2017
O iTechStyle Summit arrancou com as preocupações sobre o efeito Brexit em cima da mesa, mas Luís Fontes, secretário-geral da ANIT-Lar, disse que “ainda não foi reportada até agora qualquer perda de clientes no Reino Unido” por causa do Brexit.
O representante da Associação Nacional das Indústrias de Têxteis Lar falava na abertura do iTechStyle Summit, organizado pelo Citeve e pela Associação Selectiva Moda, que decorre esta segunda e terça-feira no Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões, no âmbito do Portugal Fashion Week.
Participando num painel com Paulo Melo, presidente da ATP, José Robalo, da ANIL, César Araújo, da Anivec, e moderado por Braz Costa, director-geral do Citeve, o representante da ANIT-Lar disse que em 2016 “não houve perda de negócio, houve sim perda da margem comercial”. E afirmou também que relativamente às preocupações suscitadas pela nova administração norte-americana “ainda não houve qualquer alteração em negócios que estejam em curso”.
Recorde-se que tanto os EUA como o Reino Unido são dois dos principais mercados dos têxteis lar. Mas estas duas questões acabaram por ser transversais em relação às preocupações dos diferentes participantes no painel. Não só nas intervenções iniciais, mas também quando o moderador Braz Costa os inquiriu directamente a falar sobre os dois temas.
Embora estivesse prevista a presença do secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos, na sessão de abertura, o responsável governamental acabou por não estar presente por “motivos de última hora”.
A sessão foi assim aberta por António Amorim, presidente do Citeve, que lembrou que “o têxtil de hoje não tem nada a ver com o do passado” e que “os números não enganam”, numa aparente alusão ao resultado recorde obtido em 2016 pelas exportações portuguesas na área dos têxteis, que chegaram aos 5.063 milhões de euros.
De resto, a intervenção inicial dos participantes no painel demonstrou precisamente esse entusiasmo com os resultados das exportações. “Este ano recorde é a prova da forma como as empresas souberam investir, ser competitivas e os empresários fizeram o trabalho de casa”, disse Paulo Melo. O presidente da ATP não deixou, no entanto, de alertar esses mesmos empresários para os desafios que se aproximam este ano, “para a necessidade de saber antecipar e aproveitar as oportunidades para investir”.
José Robalo manifestou alguma preocupação pelo aumento dos preços da lã nos principais produtores: Austrália e Nova Zelândia. Robalo está também preocupado com o que vai acontecer na maior economia do Mundo.
“Tudo que acontecer nos EUA irá reflectir-se em todo o mundo”, sublinhou, mas, em seu entender, ainda é difícil nesta altura saber o que vai acontecer. “Vamos ver o que vai dar. Ainda é muito cedo”. Relativamente ao Brexit, Paulo Melo alertou para a necessidade “de se estar atento semanalmente ao que se vai passando”.
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