Agência LUSA
18 de dez. de 2014
Comércio do Porto queixa-se de poucas vendas de Natal
Agência LUSA
18 de dez. de 2014
Porto (Lusa) – Em contagem decrescente para o Natal, os lojistas do Porto queixam-se de 'poucas' vendas, apesar das promoções e das ofertas, mas a associação de comerciantes acredita num 'muito ligeiro' aumento de compras.
Espetáculos musicais, estacionamento gratuito ou oferta de bilhetes para o circo ou pistas de gelo existentes no centro da cidade são alguns dos “truques” dos comerciantes para atrair mais pessoas e, assim, tentar aumentar a faturação.
“Há muita gente nas ruas, mas só a passear e ver montras porque não há dinheiro”, queixou-se hoje à Lusa Luís Miguel, proprietário de uma sapataria na rua de Santa Catarina, uma das artérias comerciais do Porto mais movimentadas nesta época festiva. Na sua opinião, a situação está este ano “muito, muito pior” do que no anterior.
A maioria das lojas – de roupa, calçado ou bijuteria – afixou nas montras cartazes a anunciar promoções de Natal entre 10 a 50% ou a possibilidades de levar dois artigos pelo preço de um.
“Mas, mesmo com descontos, as pessoas não compram porque a situação do país continua complicada”, afirmou Maria Rocha, dona de uma ourivesaria. Nos anos anteriores, os consumidores compravam pouco, mas compravam. Agora veem e experimentam, mas depois acham “tudo caro”, afiançou.
Com uma loja de vestuário há mais de dez anos, Joana Luís realçou que, “antes, as pessoas compravam sempre uma lembrança para a mãe, irmã, cunhada ou sogra. Agora é só mesmo para os mais pequenos, para poupar”. “O negócio está fraco. A seis dias do Natal, já deveria estar melhor”, entendeu.
Apesar desta previsão negativa, o presidente da Associação de Comerciantes do Porto (ACP) acredita que este ano se poderá notar já um ténue sinal de confiança na melhoria do quadro económico-social.
“Nos últimos anos, havia um sentimento de insegurança entre a população devido à situação económica e profissional, mas agora há um pequeno conforto”, considerou Nuno Camilo.
Atualmente, o comércio sente “alguns sinais de retoma”, apesar de “muito brandos e longe dos desejáveis”, referiu. Segundo Nuno Camilo, as ruas iluminadas, as atividades culturais em vários pontos da cidade e as ofertas das lojas sob o lema “É bom comprar no Porto” são um impulso “muito importante” para atrair pessoas à rua e, consequentemente, ao comércio tradicional.
“Estamos com sinal de esperança comparativamente ao ano passado”, salientou.
O presidente da ACP lembrou que as empresas passaram por “muitas dificuldades”, desde a alteração da lei das rendas, certificação da faturação ou guias de transportes eletrónicas, mas agora há sinais de “recuperação, embora lentos”.
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