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Portugal Textil
Publicado em
4 de dez. de 2017
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Competitividade na balança

Por
Portugal Textil
Publicado em
4 de dez. de 2017

No XIX Fórum da Indústria Têxtil, as estatísticas mostraram o lado bom mas também o lado menos bom do sector e da economia nacional, num discurso que variou entre o otimismo e as críticas às políticas do governo, ao novo Orçamento de Estado mas também aos empresários portugueses.


Numa intervenção que já se tornou obrigatória no Fórum da Indústria Têxtil, Daniel Bessa foi o responsável pelas conclusões desta edição da reunião do sector promovida pela ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, dedicada ao tema “ITV: Reforçar a competitividade para crescer”, num discurso que conjugou o bom humor com a crítica acérrima à atuação do governo mas também dos empresários nacionais.

«A maior novidade que tive [neste fórum] é que o Compete, um programa de apoio às empresas, financia agora a administração pública para diminuir os custos de contexto das empresas. (…) Financiar a administração pública é inaceitável», sublinhou.

Mas o ex-Ministro da Economia, que contou que à questão do Rei da Suécia sobre o que mais se orgulhava no seu tempo no governo, deu como resposta «o encerramento de uma grande empresa em Santo Tirso» sem viabilidade, foi também crítico dos empresários. «Às vezes, olhando para os empresários, não sei se a ambição deles não é serem credores», afirmou, citando, como exemplo, a utilização de garantias pessoais em vez de outros meios de financiamento das empresas.

Daniel Bessa reforçou ainda a ideia de que o crescimento da economia portuguesa é «medíocre», uma ideia passada também por Pedro Ferraz da Costa, presidente do Fórum da Competitividade, que destacou que, face ao contexto atual – com petróleo barato, uma moeda não muito forte e o crescimento nos mercados desenvolvidos e emergentes –, o crescimento antecipado para Portugal nos próximos anos, que rondará os 2%, «não me parece aceitável».

A crítica estende-se ainda à pouca ambição revelada pela sociedade civil, no geral, e pelos empresários, incluindo da ITV, em particular. «A ITV cumpriu o cenário dourado em 2017 em vez de em 2020 e está a preparar uma nova estratégia, mas também aqui acho que deviam ser mais exigentes. Os 5,2 mil milhões de euros de exportações previstos para este ano são bons, mas é só mais 2% do que no ano passado. Não é muito bom», considera Daniel Bessa, sublinhando que « temos que ganhar dinheiro. Não temos de produzir mais nem exportar mais. Tem que haver objetivos de rentabilidade e de produtividade».

Um novo plano estratégico

Atualmente, a ATP está a trabalhar num novo plano estratégico para o sector, com o primeiro passo – um roadmap de 2020 a 2030 – a ter sido apresentado por Paulo Vaz, diretor-geral da associação.

«No anterior plano estratégico verificou-se o cenário de ouro e até o ultrapassámos. Estamos mais do que satisfeitos por termos antecipado os nossos objetivos», referiu na sua intervenção, acrescentando que o «futuro entre 2020 e 2030 é uma nova realidade».

Para esse período, o roadmap da ATP inclui uma análise SWOT, onde são destacadas forças como «o lead time mais curto do mundo» – duas a quatro semanas entre a colocação da encomenda à entrega – e o valor da etiqueta “made in Portugal”. «Hoje os clientes pedem para colocar a etiqueta», reforçou Paulo Vaz perante a plateia que encheu o auditório do Citeve.

Há, contudo, ameaças como o Brexit, a escassez da mão de obra e o aumento dos custos operativos, assim como as debilidades relacionadas com políticas públicas pouco “business friendly”, onde se insere a pouca flexibilidade da legislação laboral e a incerteza no sistema fiscal.

Ainda assim, a ATP, que avança com quatro cenários possíveis, aponta para que o novo cenário de ouro – que implica um volume de negócios à volta de 9 milhões de euros, com as exportações a atingirem os 6,5 milhões de euros – se volte a repetir ou então, num registo «muito otimista», como reconheceu o diretor-geral da associação, possa chegar ao cenário de platina, que entre outras coisas prevê um volume de negócios da ITV de 10 mil milhões de euros (em comparação com a estimativa de 7,5 mil milhões de euros para 2017) e exportações de 7 mil milhões de euros.

Políticas em análise

Num fórum que, como realçou Daniel Bessa, «foi diferente dos outros, muito voltado para fora», onde as intervenções se focaram mais na situação do país em geral do que na indústria têxtil e vestuário, houve igualmente tempo para abordar questões que inquietam os empresários do sector.

A intervenção de Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, foi centrada na ideia de que «o problema da economia portuguesa não é o financiamento, é a otimização dos recursos», tendo ainda realçado a importância da inovação nos negócios. «A vida de uma empresa depende da sua capacidade de inovação», sublinhou.

No entanto, como afirmou Mira Amaral durante o primeiro de dois debates que decorreram durante a tarde, «o nosso problema dramático é o sistema político», até porque «já todos perceberam a capacidade da indústria portuguesa», apesar do «crescimento anémico» apontado pelo ex-Ministro da Indústria. «O importante é desenferrujar a fábrica Portugal. É preciso uma reforma estrutural do lado da oferta», indicou. «O vosso sector podia crescer muito mais se a fábrica Portugal não estivesse enferrujada. Temos excelentes empresas, mas uma andorinha não faz a primavera», reforçou Mira Amaral.

​Os empresários da ITV, contudo, parecem já habituados a “remar contra a maré”. «A ITV está habituada a viver sob dificuldades. Há muitos anos que passamos por ambientes e conjunturas complicadas. Os empresários têxteis, com os seus colaboradores e com investimento, conseguiram ultrapassar isso», lembrou Mário Jorge Machado, presidente da Adalberto Estampados.

Ainda assim, Paulo Melo, presidente da ATP, não foi parco nas críticas à situação atual e à atuação do governo e, já perante o Ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, pediu medidas para combater algumas das dificuldades que afetam o sector. «Antes de distribuir há que produzir, o que não resulta claro na filosofia que presidiu a este Orçamento de Estado, onde praticamente não se encontram medidas de estímulo à economia real», declarou, enumerando de seguida as «inquietações» que afetam o sector, onde constam o acesso ao crédito e o custo do dinheiro, a falta de mão de obra – uma área em que o Paulo Melo anunciou para breve o envio ao governo de uma «proposta de intervenção com medidas concretas, entre as quais o reforço do papel e financiamento dos centros protocolares de formação profissional» –  e o custo da energia.

Críticas a que o Ministro da Economia respondeu com o crescimento da economia, das exportações e do emprego, assim como com medidas de financiamento adicionais – no próximo ano, as linhas de financiamento do programa Capitalizar deverão aumentar para 1.600 milhões de euros –, com a redução dos custos da energia prevista para o próximo ano e medidas como o IVA alfandegário, que irá «funcionar em pleno» em 2018 e o alargamento da remuneração convencional do capital social. «Este orçamento tem medidas [para as empresas]», garantiu Manuel Caldeira Cabral, que reforçou ainda o respeito pelo trabalho dos empresários. «Não vejo neste momento nada de medíocre na economia portuguesa e no que os nossos empresários estão a conseguir, vejo até algo de heroico no que os empresários conseguiram nos últimos 12 anos», assegurou.

Quanto à indústria têxtil e vestuário, o governante destacou que «está viva, cresce, cria valor e vai continuar a fazer isso nos próximos 40 anos», ambicionando, contudo, que o mesmo vá mais longe, até porque a ITV está já muito embrenhada no que é a indústria 4.0. «Até agora pensava-se na forma com se podia reduzir o custo numas calças que saíam a 6 euros ou a 6,5 euros da fábrica para serem vendidas a 60 euros. Agora é o momento de olhar para cima, há muita capacidade de criarmos mais valor», concluiu.

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