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Estela Ataíde
Publicado em
10 de jan. de 2018
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Criatividade coreana à solta na Pitti Uomo

Traduzido por
Estela Ataíde
Publicado em
10 de jan. de 2018

Pela segunda temporada, a Coreia do Sul está em destaque na Pitti Uomo. Na quarta-feira, foi organizado na feira florentina um desfile no âmbito do projeto “Concept korea”, apoiado pela agência pública de promoção cultural Kocca, para apresentar ao público e aos compradores o trabalho da Bmuet(te) e da Beyond Closet. Duas marcas coreanas emergentes com estilos muitos diferentes, refletindo a diversidade e vivacidade criativa deste país.


Os looks da marca coreana Beyond Closet - Pitti Immagine ph Studio Proj3ct


A Bmuet(te), como sugere o próprio nome (um trocadilho com a palavra muet / muette– mudo / muda), é acima de tudo conceptual. “O nome da nossa marca, que é dirigida a homens e mulheres, é um convite ao silêncio, para deixar espaço para a nossa imaginação, para a procura de ideias e para a criação”, explica à Fashionnetwork.com Byungmun Seo (37 anos), que conheceu o seu parceiro Jina Um (35 anos) no grupo sul-coreano Kolon Industries, antes de lançarem a linha em 2015.
 
A abordagem? Inventar uma nova estética fora dos códigos estabelecidos, a partir da roupa clássica, que é desestruturada, decomposta e reconstruída em proporções e formas não convencionais. “Queremos criar uma nova maneira de vestir trabalhando a estrutura do vestuário. Para melhor mostrar o nosso conceito, limitámos deliberadamente a paleta ao branco, preto e cinzento”, continua Byungmun Seo.

Assim, um bomber e um casaco clássico entrelaçam-se para criar um casaco com novas proporções. Uma camisa abotoada na parte de trás é revestida na frente por uma sweater sem costas, que pode ser colocada sobre a camisa ou a substituí-la. "Weird but beautiful" (estranho, mas belo), dizem os designers no colarinho de um polo.


A camisola cachecol da Bmuet(te) - Pitti Immahine ph Giannoni Giovanni


Os modelos híbridos multifunções inspiraram obviamente a dupla. Uma sweatshirt é decorada com quatro grandes mangas: duas para os braços e outras duas colocadas nas partes dianteira e traseira, permitindo vestir a peça como umas calças. Malhas com duas aberturas para a cabeça servem como camisola ou cachecol. A dupla, que fez um mestrado no London College of Fashion, trocou Londres por Seul, onde estabeleceu a sua marca, que conta com cerca de 30 revendedores, da Traffic, em Los Angeles, à Harvey Nichols em Hong Kong.
 
Num registo completamente diferente está Taeyong Ko, de 35 anos, que define o seu estilo como sendo “clássico com um twist”. Este designer autodidata, que no início do seu percurso profissional se dedicou à natação, fez a sua estreia na moda trabalhando numa loja, tendo lançado a sua marca masculina Beyond Closet em 2008.
 
O designer revisita o estilo americano preppy com uma visão divertida e pop cheia de cor, criando o guarda-roupa ideal para um dandy com aparência adolescente. Calças de jogging roxas com micro padrões infantis são usadas com uma camisola lilás torcida decorada com um crânio. Um casaco cintilante é colocado sobre uma camisa de gondoleiro com riscas pretas e brancas.


Beyond Closet brinca com imagens pop - Pitti Immagine ph Giannoni Giovanni


O criador propõe peças clássicas, como coletes em losangos ou fatos em veludo com bolsos de seda, que combina habilmente com todo o tipo de acessórios e detalhes extravagantes, como o chapéu ao estilo Davy Crockett, os bordados de animais, o capuz, o cachecol de adepto ou a fita de tenista, criando uma atitude que tanto é desfasada como trendy. Por exemplo, uma gravata de sede envolve um casaco de pele shearling, enquanto um sobretudo em xadrez é usado com um cardigan de patchwork em crochet.
 
Atualmente, a Beyond Closet é distribuída principalmente nos Estados Unidos e na Ásia através de cerca de quinze lojas multimarca.

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