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8 de mar. de 2017
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Desfiles de Paris: Louis Vuitton transpõe as fronteiras do chique

Publicado em
8 de mar. de 2017

No exterior, cerca de 5.000 fãs se espremiam para ver as estrelas do cinema entrarem – Michelle Williams, Léa Seydoux, Jennifer Connelly, Catherine Deneuve e Doona Bae – no coração da pirâmide de Pei, onde era organizado o desfile da Louis Vuitton.

Louis Vuitton - Outono-Inverno 2018 - Womenswear - Paris - Pixelformula


No interior, a coleção foi apresentada nos quatro diferentes níveis da Cour Marly. As composições variavam segundo as culturas e as etnias, mas pudemos assistir finalmente a uma expressão poderosa de toda a estética de Nicolas Ghesquière para a Louis Vuitton, ou seja, o encontro do desporto com a alta-costura.
 
Estampados com motivos africanos utilizados como vigas sobre casacos bomber de camurça, coletes à moda Comanche de pele castanha, negra e branca, casacos de ganga delavada estilo anos 1980 russos realizadas na realidade com pele de carneiro. Tudo para a viagem – com modelos que usavam botas Chelsea elásticas com listras desportivas e solados grossos.

"Durante muito tempo, a moda transpôs as fronteiras. Então eu tentei seguir esta ideia. Pensar o multicultural. Quando você pensa na moda, não há barreiras, nada de fronteiras. Assim, minha intenção era puramente de viajar, o que corresponde e muito à Louis Vuitton", explicou o criador, de humor filosófico.

Louis Vuitton - Outono-Inverno 2018 - Womenswear - Paris - Pixelformula


"Com todas as questões que colocam as fronteiras e a imigração hoje, eu quis mostrar, através da moda, que a imigração sempre foi incrivelmente importante para a evolução de cada um de nós. A imigração é preciosa. Evidentemente, Paris é uma cidade que sempre acolheu criadores estrangeiros no passado e ainda hoje. Estamos no Louvre e ele está aberto a todos os povos, e não deveria haver fronteiras no Louvre. Assim, quis que a coleção refletisse tudo isso", declarou Nicolas Ghesquière, sobre duas imensas urnas de mármore grego.
 
Para o outono de 2018, ele mescla o folk e o campestre, mas o resultado foi, no entanto, muito urbano. "Felizmente vivemos ainda em um mundo civilizado. E penso que quanto menos construirmos fronteiras, mais o mundo será rico. Particularmente nos encontrando aqui, no Louvre, cercados pelas obras de artistas dos séculos anteriores. É muito precioso e todos nós temos de levar isso em conta. É a mensagem transmitida pela moda. Porque temos de viajar", apontou ainda Nicolas Ghesquière, cuja coleção transpôs também as barreiras entre as composições de dia e de noite. A exemplo do seu final – uma série de camisolas de couro envernizado mesclada com renda e seda.

Louis Vuitton - Outono-Inverno 2018 - Womenswear - Paris - Pixelformula

 
Enfim, o desfile também destacou o poder do luxo e, em particular, da LVMH, que se tornou o primeiro grupo a organizar um desfile no interior do Louvre.
 
"Magnífico, espetacular. Estamos muito orgulhosos de estar aqui hoje junto com a Louis Vuitton, a primeira casa de moda a desfilar dentro do nosso grande museu", sorriu Bernard Arnault, presidente do grupo LVMH, nos bastidores. Interrogado sobre a forma com a qual seu grupo havia conseguido obter este privilégio, Bernard Arnault respondeu com uma piscadela: "Oh, isso continuará a ser um segredo entre você e eu".

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