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EFE
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Estela Ataíde
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26 de jun. de 2018
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Dimas Gimeno impugna conselho do El Corte Inglés que ditou a sua demissão

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EFE
Traduzido por
Estela Ataíde
Publicado em
26 de jun. de 2018

O ex-presidente do El Corte Inglés, Dimas Gimeno, desafiou a última reunião do conselho de administração da empresa que determinou a sua saída da liderança da gigante da distribuição por entender que a reunião foi nula.


Europa Press


Segundo indicaram fontes da EFE próximas ao empresário, o pedido de impugnação foi submetido eletronicamente nos tribunais da Plaza de Castilla em Madrid, e aguarda que seja designado um tribunal específico.

No seu comunicado, a defesa de Gimeno solicita a adoção de medidas cautelares para suspender o acordo de rescisão, uma decisão que o juiz pode adotar sem ouvir a outra parte ou convocando uma audiência cautelar na qual se pronunciam a duas partes interessadas.

Do ponto de vista de Dimas Gimeno, o conselho de administração realizado a 14 de junho, no qual o empresário foi demitido e Jesus Nuño de la Rosa foi nomeado CEO, é considerado nulo por ter sido convocado pelo secretário do conselho.

Segundo as mesmas fontes, de acordo com a Lei das Sociedades de Capital e com os estatutos da própria empresa, o conselho só poderia ter sido convocado pelo presidente, que na altura era Dimas Gimeno. 

Se o presidente se recusasse a convocar o conselho, o apoio de um terço dos conselheiros seria suficiente para o poder convocar, informam.

Além disso, as referidas fontes afirmam que a demissão de Gimeno da liderança do El Corte Inglés já havia sido abordada num conselho anterior, que ocorreu a 30 de maio, mas esse assunto não figura na ordem de trabalhos da reunião, cujo principal objetivo era aprovar as contas do grupo correspondentes ao exercício de 2017.

No referido conselho, que foi convocado pelo próprio Dimas Gimeno, a sua demissão já havia sido discutida, embora, uma vez que não havia quórum suficiente, não tenha sido possível avançar, dizem fontes próximas de Gimeno.

Nesse sentido, indicam que já então os conselheiros puderam pronunciar-se sobre a demissão de Gimeno, que foi solicitada naquele conselho por uma das irmãs Álvarez.

Indicam ainda que se tivessem querido convocar outro conselho de administração com o único propósito de demitir Dimas Gimeno, teriam que apresentar o pedido e esperar que fosse convocado num prazo de 30 dias.

Gimeno, que permaneceu no seu escritório enquanto o conselho se realizava, no dia 14, avançou desde logo que impugnaria a sua demissão em tribunal por considerar que o conselho não tinha sido devidamente convocado e que, portanto, poderia ser declarado nulo.

Na sessão em causa, Jesus Nuño de la Rosa, que era até agora um dos dois conselheiros-delegados, foi nomeado o novo CEO da empresa, uma nomeação que foi aprovada por unanimidade dos conselheiros presentes (9 de 10), enquanto a demissão de Gimeno recebeu oito votos a favor e uma abstenção.

Segundo fontes do El Corte Inglés, procurava-se, com a sua nomeação, o "regresso à unidade e à normalidade" após meses de confronto público.

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