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9 de nov. de 2016
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Donald Trump: quais impactos possíveis sobre o comércio mundial?

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9 de nov. de 2016

O que é preciso esperar da política comercial do próximo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump? De um regresso a uma América protecionista às guerras comerciais com a Ásia, o programa do candidato confunde os observadores.

Donald Trump, 45º Presidente dos Estados Unidos. - AFP


Se a indústria americana puder encontrar seu caminho num imposto sobre as empresas, indo de 35 a 15%, e num imposto sobre as rendas, reduzido de 39,6 para 33%, as receitas americanas deverão ver seu valor se contrair, enquanto a Tax Foundation estimou que o programa Trump elevaria em meia vez a dívida americana, acrescentando de 10.000 a 12.000 biliões de dólares.
 
Quanto ao comércio exterior, o candidato Trump havia feito de um dos temas de campanha sua oposição ao acordo de livre comércio transpacífico (TPP) desejado pela administração Obama. Esta última via aí um escudo contra a China, não convidada ao acordo. Mas, para o presidente eleito, um braço de ferro com Pequim parece ser muito mais preferível.

Assim, a campanha Trump evocou de maneira repetida sua vontade de taxar em 45% as importações de produtos chineses. O que afeta a balança comercial entre as duas potências, já que os Estados Unidos exportam 110 mil milhões de dólares de bens para o Império do Meio, do qual importa de volta 480 mil milhões de dólares em mercadorias.
 
Uma revisão do equilíbrio que poderia ainda desencorajar os investidores chineses que, há vários anos, contribuem para relançar a indústria têxtil americana. E o vestuário americano poderia sofrer com a situação até em seu abastecimento de proximidade, já que Donald Trump deseja renegociar o Nafta, acordo de livre comércio reunindo os Estados Unidos, o Canadá e o México.
 
E sobre o comércio com a Europa, em caso de barreiras aduaneiras revistas para cima? Os Estados Unidos são o 14º fornecedor da U.E. em matéria de vestuários, tendo no ano passado comercializado 560,3 milhões de euros em mercadorias (+26%) e quinto fornecedor têxtil, com 1,230 milhões de euros (+16%), segundo o IFM. A contrapartida é muito mais preocupante, uma vez que os EUA são o segundo cliente do vestuário europeu, com 3,090 milhões de euros (+21%) e o primeiro cliente têxtil, chegando a 2,700 milhões de euros (16%). Mudanças que poderiam, portanto, ter um efeito duradouro sobre as indústrias e retalhistas tanto europeias como americanas.
 
"O comércio será o grande perdedor do escrutínio", previa há algumas semanas Rick Helfenbein, presidente da Associação Americana de Vestuário e de Calçado (AAFA). "Donald Trump tem se mostrado muito duro, dizendo que aqueles que negociam acordos para os Estados Unidos são estúpidos. O que é falso: são pessoas verdadeiramente brilhantes. Ele tem se mostrado altamente contra o comércio sem razão real ou válida, se além do fato de vermos inúmeros edifícios (industriais N.d.E) vazios em todos os Estados Unidos".

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