Por
AFP-Relaxnews
Publicado em
17 de mar. de 2015
Tempo de leitura
3 Minutos
Download
Fazer download do artigo
Imprimir
Text size

Estilista britânico Alexander McQueen recebe grande exposição em Londres

Por
AFP-Relaxnews
Publicado em
17 de mar. de 2015

Londres (AFP) – Centenas de peças espetaculares desenhadas pelo estilista britânico Alexander McQueen, que se enforcou em 2011 aos 40 anos, integram uma grande exposição em sua cidade, Londres, no grande museu Victoria and Albert.

Já foram vendidas mais de 70.000 entradas para esta exposição, batizada de "Beleza selvagem", o "emotivo retorno à casa" deste estilista, nas palavrsa do diretor do museu, Martin Roth.

Retrato de Alexander McQueen fotografado por Marc Hom. - Foto: Marc Hom | Trunk Archive


Desde o passado sábado (14), os visitantes podem conhecer as 240 peças que ajudaram a definir o estilo diferente e em muitas ocasiões estranho de McQueen, na maior exposição de moda que já esteve patente no museu.

A curadora da exposição, Claire Wilcox, descreve McQueen como "um dos estilistas mais influentes da sua geração, que impactou com seus desfiles espetaculares e poderosos".

A mostra, diz a curadora, é um reflexo da sua "complexa narrativa, trabalho artesanal do mais alto nível", e sua obsessão romântica pela natureza.

Nas primeiras salas são exibidas suas habilidades técnicas, adquiridas como aprendiz em Savile Row, a rua dos melhores alfaiates de Londres e provavelmente do mundo, com seu corte preciso das curvas e silhuetas exageradas que se transformaram em sua marca registada.

Louise Rytter, investigadora assistente do Victoria and Albert, explica que McQueen era um ávido consumidor de documentários sobre a natureza, o que se reflete no uso de animais em suas peças, desde pluma de faisão e ganso até cascos, cabeças de crocodilos e galhadas.

Algumas das peças são inspiradas em gazelas e outras invocam avestruzes.

"Acho que a natureza o inspirava porque é imprevisível e selvagem", diz Rytter.

O lado selvagem da sua própria personalidade, recentemente descoberto em uma polémica biografia, expressa-se em uma sala cheia de manequins com máscaras de couro e vestidos gótico-vitorianos.

Inspiração para estilistas

A visão de McQueen da moda como uma forma expressiva e sua exploração de temas históricos e políticos levaram Rytter a dizer que ele pode ser classificado como um "artista no sentido mais verdadeiro".

"Introduziu tantos elementos do mundo da arte", diz Rytter, acrescentando que ele e seus colaboradores do movimento Arte Jovem Britânica (Young British Art) contribuíram para levar a cultura dominante britânica para era moderna.

Sua sensibilidade política e histórica pode ser apreciada em uma sala em que uma fila de manequins com o 'kilt', famosa saia escocesa fruto do seu orgulho pelas raízes familiares, estão face à face com um conjunto de vestidos império em vermelho, branco e dourado, com plumas, peles e joias.

A sala lembra seu desfile de 1995 "Highland Rape", "o estupro das Terras Altas" da Escócia, que explorou os maus tratos dados historicamente à esta região pelos governantes ingleses e que contribuiu para aumentar sua fama de "enfant terrible".

Como reflexo do seu amor pelo macabro, um gabinete de curiosidades mostra dezenas de roupas e acessórios extravagantes.

Na parte mais impressionante, a manequim e amiga Kate Moss aparece como um holograma gigante vestida com um dos seus etéreos vestidos brancos de plumas.

Jaana Jatyri, especialista em tendências de moda e uma das primeiras a visitar a exposição, disse que a mostra vai aumentar a lenda em torno de McQueen.

"Foi uma inspiração para os consumidores de moda e também para os estilistas", disse. "Ressuscitará, tenho certeza, graças à esta exposição".

Copyright © 2024 AFP-Relaxnews. All rights reserved.