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Agência LUSA
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2 de jul. de 2013
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Exército nega encenação no resgate de jovem das ruínas de prédio em Bangladesh

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Agência LUSA
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2 de jul. de 2013

Daca – O exército do Bangladesh negou hoje informações divulgadas pela imprensa segundo as quais o resgate de uma trabalhadora das ruínas do edifício Rana Plaza, 17 dias depois do seu colapso, foi uma encenação. “Trata-se de uma tentativa desprezível de lançar dúvidas sobre a dedicação, a honestidade e a humanidade das equipas de socorro”, declarou o exército num comunicado publicado na segunda-feira à noite.

Reshma Islam durante seu resgate. Foto AFP


O exército, que supervisionou os resgates e a limpeza da área do edifício que desabou a 24 de abril, descreveu ainda as informações da imprensa sobre uma alegada encenação no salvamento de uma jovem, Reshma, 17 dias depois do desastre, como “fictícias, falsas e imprudentes”.

Um jornal local pró-oposição divulgou, na semana passada, que um colega de trabalho da jovem disse que a costureira de 18 anos tinha conseguido sair das ruínas do prédio com ele, no mesmo dia do colapso.

O edifício Rana Plaza, no qual trabalhavam mais de três mil pessoas, ficava próximo da capital Daca e o seu colapso provocou 1.129 mortos.

Um artigo apoiando esta tese foi também publicado pelo jornal britânico Sunday Mirror, citando mesmo o trabalhador, que não voltou a ser encontrado desde a publicação. “Nós passámos dois dias no hospital, mas ela desapareceu em seguida. Eu voltei a vê-la na televisão, 17 dias mais tarde. Eles disseram que foi um milagre, mas isso é mentira”, afirmou o trabalhador, citado pelo Sunday Mirror.

O exército disse que o resgate da jovem Reshma, considerada desde então como uma heroína no país, foi filmado em direto por numerosas equipas de televisão, no dia 10 de maio. A publicação destas notícias pode colocar em perigo a saúde mental da jovem costureira, segundo o exército, que está ainda muito traumatizada. A jovem disse aos socorristas que bebeu água da chuva e alimentou-se com sandes de outros trabalhadores que encontrou nas ruínas do prédio.

O irmão da jovem, Zahidul Islam, desmentiu também as notícias da imprensa, referindo que a família passou 17 dias à procura da jovem em hospitais e morgues. O hospital Enam, no qual ficou a maior parte dos feridos, disse que o nome de Reshma não consta das suas listas, desmentindo a versão do colega de trabalho da jovem.

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