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26 de mar. de 2014
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Exposição "Revista ao Parque" mostra mais de mil peças em Lisboa

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Agência LUSA
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26 de mar. de 2014

Lisboa – A exposição “Revista ao Parque”, que é inaugurada na quinta-feira, em Lisboa, no antigo Picadeiro Real, no Príncipe Real, é constituída por mais de mil peças relacionadas com a prática teatral no Parque Mayer, na capital portuguesa.

A coordenadora da exposição, Filipa Veiga, disse à Lusa que as peças expostas são provenientes de vários espólios, nomeadamente do do Teatro ABC, já extinto, do Maria Vitória, em atividade, do Museu do Fado e de Vasco Morgado, neto do empresário teatral Vasco Morgado, falecido em 1978.

Preparativos para a exposição. Foto: Facebook Revista ao Parque


“Os quatro teatros do Parque Mayer – ABC, Capitólio, Maria Vitória e Variedades - estão representados num só espaço de 600 metros quadrados, no qual se podem ver cenários em tela e em madeira, adereços de palco, fatos, programas, fotografias, desenhos de figurinos, etc.”, disse Filipa Veiga.

A responsável salientou o caráter “interativo” da exposição, dividida em seis núcleos, que permite “que as pessoas mexam em alguns objetos, como as reproduções dos programas originais que estão expostos, ou possam até usar alguns dos fatos e chapéus, maquilharem-se e posarem para a fotografia, num palco que foi especialmente montado”. “Só fatos expostos para as pessoas vestirem são cerca de 300, do espólio do extinto Teatro ABC, e que foi oferecido” à recém-criada Junta de Freguesia de Santo António, em Lisboa, que organiza a exposição.

“Aos fins de semana vamos realizar ateliês de maquilhagem e costura, pare dar a ideia do modo de produção que existe quando uma peça ou uma revista é levada à cena”, afirmou Filipa Veiga.

Nos teatros do Parque Mayer estrearam-se revistas, comédias, dramas e até tragédias, mas também se exibiu cinema, fez-se patinagem, realizaram-se combates de boxe e ouviu-se o fado. Pelos seus palcos passaram praticamente todas as vedetas portuguesas “e muitas nasceram aqui”, disse Veiga.

A lista de atores, bailarinos, músicos, cantores e fadistas “é infindável, além de todos aqueles que não vemos e que estão na preparação do espetáculo como carpinteiros, pintores, eletricistas, costureiras, figurinistas, cenógrafos e, claro, o produtor”.

Na exposição é recriado “o escritório de um produtor, com o material e a decoração que perdurou até às décadas de 1970 e 1980”, adiantou. A exposição estará patente ao público durante um mês, de 27 de março, Dia Mundial do Teatro, até 27 de abril, e a Junta de Freguesia de Santo António, em Lisboa, já entrou em contacto com outras autarquias, de modo “a que a exposição possa ir em digressão pelo país, dando a conhecer este mundo mágico do espetáculo no Parque Mayer”.

O investigador de teatro Vítor Pavão dos Santos, primeiro diretor do Museu do Teatro e autor da monografia “Revista à portuguesa”, primeiro estudo consagrado a este género, em Portugal, referiu-se ao Parque Mayer, nas imediações da avenida da Liberdade, em Lisboa, como “a Broadway portuguesa”.

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