Agência LUSA
6 de abr. de 2015
Fundador da fábrica de camisas Califa novamente julgado por dívidas ao Estado
Agência LUSA
6 de abr. de 2015
Santa Maria da Feira (Lusa) – O fundador da extinta fábrica Califa está a ser julgado no Tribunal de Santa Maria da Feira, em mais um processo por dívidas ao Fisco e à Segurança Social, no valor de cerca de 760 mil euros.
Joaquim Teixeira da Silva, de 74 anos, tem várias condenações por crimes tributários, estando atualmente a cumprir uma pena no Estabelecimento Prisional do Porto.
O empresário, conhecido como o "rei das camisas", regressa agora a tribunal para responder por mais um crime de abuso de confiança fiscal continuado e um crime de abuso de confiança continuado contra a Segurança Social.
A empresa Artlabel, que adquiriu a Califa após a insolvência da empresa têxtil, em 2008, também está a ser julgada no mesmo processo, pelos mesmos crimes.
Em causa está a retenção ilícita, durante vários meses, entre 2011 e 2012, de cerca de 440 mil euros em impostos de IVA e IRS.
No caso da Segurança Social, foi detetado que o arguido não entregou os montantes retidos dos salários pagos aos seus trabalhadores e pensionistas em atividade, de julho de 2010 a abril de 2012, no valor de 322 mil euros.
Segundo o Ministério Público (MP), o arguido utilizou estes montantes em proveito da empresa e utilizando-os para efetuar compras e pagamentos a fornecedores e satisfazer outros compromissos relacionados com a sua atividade.
"O arguido foi repetindo a sua conduta enquanto foi conseguindo apoderar-se das quantias pertencentes ao Estado, servindo-se dos mesmos métodos que sucessiva e repetidamente se foram revelando aptos para atingir os seus fins sempre num cenário de oportunidade com que se ia confrontando no exercício da administração da sociedade arguida", lê-se na acusação do MP.
Em outros processos, a defesa de Joaquim Teixeira da Silva tem alegado que o arguido não era responsável pelos atos de gestão da empresa desde 2009 e só dava o nome à administração, uma tese que não tem convencido os juízes.
Em 2014, Joaquim Teixeira da Silva foi condenado a 18 meses de prisão domiciliária em outro processo por crime de abuso de confiança contra o Fisco e Segurança Social, tendo ficado provado que "era efetivamente o arguido que exercia a gestão da empresa".
"Ele próprio assumia-se como o único administrador da empresa", disse, então, a juíza presidente, acrescentando que o arguido também "não estava numa posição de alienado como declararam algumas testemunhas".
Copyright © 2024 Agência LUSA. Todos os direitos reservados.