Agência LUSA
14 de fev. de 2017
Katty Xiomara aplaudida em Nova Iorque com colecção "Amores Impossíveis"
Agência LUSA
14 de fev. de 2017
"Amores Impossíveis", a nova coleção que a estilista Katty Xiomara apresentou hoje nos Pier 59 Sudios, de Nova Iorque, encheu a passarela com 45 coordenados românticos e femininos, onde se destacaram texturas de pelos, plissados, rendas e veludos.
"Esta coleção talvez seja um pouco mais misteriosa, um pouco mais romântica", descreveu à agência Lusa Katty Xiomara, assumindo que a coleção para o próximo outono/inverno 2017-2018 apresentada hoje nos Pier 59 Studios têm um toque "mais místico", com o tema a recair essencialmente numa música espanhola dos Gipsy Kings - "El Toro Y la luna" - e que a estilista cantava na infância e que servia para "descrever coisas impossíveis".
A música no refrão diz "el toro enamorado de la luna" (O touro apaixonado pela lua) e é essa história de um amor impossível com uma lua, que representa uma "mulher inatingível" que é "o mote da coleção", explicou Katty Xiomara, que trouxe 45 coordenados à 'runway' (pista) dos Pier 59 Studios, um dos mais requisitados lugares da moda nova-iorquinos.
Na palete, a coleção da Xiomara, intitulada de "Amores Impossíveis, mas desassociáveis", recai basicamente no preto (touro) e no branco (lua), mas traz também pelo maio um universo de reflexos e brilhos prateados e nacarados, quase dourados, a representar a noite com as estrelas.
Katty não descurou, todavia, as cores que representam o dia e os mistérios da floresta e, por isso, o público que encheu a sala dos Pier 59 Studios viu também apontamentos de verdes, vermelhos madeira e diferentes tons de azul, desde o "azul céu ao azul mais vibrante", acrescentou.
As texturas que deambularam nos corpos das modelos pela passarela variaram entre os plissadas a "funcionar como cortina entre a lua e o touro", os pelos e estampados a remeter para os animais noturnos, mas também veludos, lantejoulas e rendas.
A coleção de Katty Xiomara destina-se a mulheres de estilos e corpos distintos e isso vê-se nos volumes das roupas que apresenta, desde calções mínis de cintura subida, passas bolinhas, calças em veludo, saias longas plissadas ou míni vestidos a remeter para uma infância feliz de rendados e folhos.
"As silhuetas não se concentram numa única silhueta. Temos longos, compridos, temos volumosos, oversize, mais justos", justificou a designer, no final do desfile, com um sorriso rasgado, depois dos aplausos que recebeu do público nova-iorquino.
"Katty Xiomara vende atualmente em mais de 50 boutiques norte-americanas, principalmente em Broklin, e tem uma agente de compras que a representa no mercado norte-americano.
Questionada pela Lusa sobre se as vendas aumentaram desde que começou a trabalhar o mercado norte-americano, Katty assume que as vendas "não dispararam", porque o mercado americano é "difícil".
"O caminho é ir crescendo com calma. Mas temos vindo a crescer. Não vou dizer que [as vendas] dispararam", mas "vale sempre a pena vir à New York Fashion Week", garantiu.
Katty Xiomara confessou que tem alguma lógica o conceito do "see now, buy now" (vê agora, compra agora), e admite que se conseguisse vender logo a seguir ao desfile, haveria um resultado de vendas mais imediato.
"As pessoas perguntam por determinadas peças, mandam fotografias, questionam" logo a seguir aos desfiles. O problema é que essa logística de ter a roupa para vender no imediato ainda é "complicado" para a marca Katty Xiomara, assumiu a própria, por serem uma "empresa pequena".
"Para fazer um see now, buy now teríamos de ter uma produção feita", refletiu, considerando que o mercado da moda ainda está dividido sobre se o caminho é o 'see now, buy now' ou a compra mais tardia, ou se o caminho vai ser a compra online, até porque as estatísticas indicam que comprar pela Internet ainda não ultrapassa a compra física, justificou.
A New York Fashion Week prossegue esta terça-feira, dia 14, pelas 19:00 locais (24:00 de Lisboa), com Miguel Vieira a mostrar as suas criações para homem e mulher para a próxima estação fria, trazendo a coleção denominada "Reflexos".
Para além da apresentações dos dois estilistas, a Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), responsável pelo projeto Portugal Fashion (PF), através do projeto 'Next Step', espécie de "braço comercial" do PF para apoiar a internacionalização da moda portuguesa, está a apoiar outros criadores e outras marcas para estarem em esta semana em Nova Iorque, designadamente nos salões de exposições de moda como a Tranoï, EDIT e New York Curve.
Algumas das etiquetas que vão também voar até Nova Iorque são a TM Collection e Iora Lingerie ou Luís Buchinho.
O Portugal Fashion 2015-2017 é financiado pelo Portugal 2020, no âmbito do Compete 2020 - Programa Operacional da Competitividade e Internacionalização, com fundos provenientes da União Europeia, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.
Na página da Internet do Portugal 2020, na lista de operações "aprovadas reportadas a 30 de novembro de 2016, pode ler-se que o PF teve um "fundo total aprovado de oito milhões" para o triénio 2015/2017 para "desenvolvimento e aplicação de novos modelos empresariais para as Pequenas e Médias Empresas, "especialmente no que respeita à internacionalização".
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