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11 de mai. de 2015
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Louis Vuitton leva o mundo da moda a viver um sonho californiano

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AFP
Publicado em
11 de mai. de 2015

Louis Vuitton e seu estilista Nicolas Ghesquière levaram uma parte do mundo da moda a viver um sonho californiano na passada quarta-feira (06), exibindo sua nova coleção cruzeiro em uma joia da arquitetura de Palm Springs.

Uma saída do desfile Louis Vuitton californiano - Photo AFP/Robyn Beck


Diante de cerca de 500 pessoas, dentre as quais as atrizes Catherine Deneuve, Charlotte Gainsbourg, Marisa Tomei, o cantor Kanye West e, claro, Bernard Arnault, presidente-executivo da LVMH, Nicolas Ghesquière revelou uma coleção de amazonas com cabelos soltos ao vento, vestidos 'evasês' e longos de couro, com fendas nos quadris, alternadamente acinturados, com tachas e rendados... Depois mulheres a portar combinações com calças e com shorts, com motivos às vezes vegetais ou inspirados em tecidos indígenas americanos.  
 
Cerca de cinquenta manequins deambularam no pátio da casa de Bob e Dolores Hope, uma obra-prima datando de 1973 do arquiteto americano John Lautner, com vista para o deserto californiano (oeste dos Estados Unidos).

“O que mais me inspirou foi o contraste nesta casa entre um certo brutalismo, ela é muito radical, e no interior coisas mais suaves, mais decorativas”, explicou Nicolas Ghesquière à AFP.
 
Aquele que assumiu a direção da criação na Louis Vuitton nos fins de 2013, sucedendo a Marc Jacobs, disse ter imaginado “uma comunidade de mulheres que vivem no deserto”.
 
Silhuetas fluídas, às vezes em couro, outras em tecido, ele explica que “quase quis criar a confusão” entre os materiais, privilegiando a ideia de “movimento, o importante para Vuitton é uma mulher que se movimenta”.
 
Antes do desfile, os jornalistas, celebridades e muitos clientes foram recebidos na casa de Bob e Dolores Hope, de concreto com formas futuristas e circulares, por manequins que formavam uma escultura viva, com trajos de inspiração "glam-rock", portando maquiagens e cabelos que lembravam David Bowie.
 
Ano passado, assim que Ghesquière chegou à criação, a Vuitton já havia organizado um genuíno desfile para sua coleção cruzeiro, em Mónaco daquela vez.
 
Tradicionalmente, essas coleções entre as duas principais temporadas de verão e outono-inverno eram mais limitadas, e a Vuitton quer conferir-lhes cada vez mais magnitude e continuar a fazê-las viajar.
 
“É a coleção mais importante em termos de vendas”, explicou à AFP Michael Burke, diretor-geral da Louis Vuitton.
 
Organizar um desfile em um local excecional conta não só em termos de imagem, mas também para assentar a relação com os clientes, vindos na quarta-feira não só de todos os Estados Unidos, mas também da China, do Canadá, da América do Sul, etc.
 
Diante do custo de um evento como este, que pode atingir vários milhões de euros, Michael Burke garante que “vale cada centavo”.
 
“Em Paris, os desfiles são sobretudo para imprensa e para os compradores de lojas e podemos esquecer o cliente. Aqui é a oportunidade de fazer com que os clientes venham a um ambiente muito civilizado, o que as semanas de moda nem sempre o são”, continua Michael Burke.
 
A Vuitton é a terceira maior marca de luxo desde o início do ano que desfila na Califórnia, depois de Tom Ford e Burberry, que mostraram suas últimas coleções em Los Angeles, a duas horas de Palm Springs.
 
“Palm Spring era nos anos 1950 o símbolo da modernidade, depois ela adormeceu, mas está a haver um genuíno renascimento”, garante Michael Burke.
 
“Nova Iorque é uma capital mundial da cultura, porém muito ancorada na Europa. Para o mundo inteiro, é a Califórnia que representa a modernidade americana”, insiste o dirigente.
 
Para Cécilia Dean, cofundadora da revista trendy de moda Visionaire, é um pouco “paradoxal” ver o mundo da moda afluir a Los Angeles e à Califórnia.
 
O criador de moda da Saint Laurent, Hedi Slimane, vive e trabalha na cidade dos Anjos, entre outros exemplos.
 
Mas para Cécilia Dean, “a moda segue o rastro das celebridades, que são os novos ícones da nossa época e que lançam as modas”.
 
“O cinema, a música, há tantas coisas que impregnam Los Angeles. Não é mais a cidade das calças jogging!”, conclui.

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