Agência LUSA
20 de out. de 2014
Lusofonia e Extremo Oriente, mercados no foco da moda nacional
Agência LUSA
20 de out. de 2014
Porto (Lusa) – Com a matriz da promoção da moda portuguesa em parceria estreita com a indústria, o Portugal Fashion quer manter a aposta internacional e para isso está já a estudar novos mercados, como o Extremo Oriente e a lusofonia.
Em vésperas do arranque da 35.ª edição do evento de moda – que começa na quarta-feira (22) e decorre até sábado – João Rafael Koehler, presidente da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), a entidade organizadora, falou à agência Lusa da estratégia e do futuro do Portugal Fashion.
"O projeto Estratégia para o Mercado Global é para consolidar e para ampliar para que os nossos designers tenham mais hipóteses no estrangeiro e para que possam falar para um público muito maior do que o público português", assegurou.
João Rafael Koehler revelou que o Portugal Fashion está "a olhar com muita atenção para outros mercados", dando o exemplo dos países da lusofonia – como Brasil, Angola e Moçambique – e do Extremo Oriente, um "mercado maduro e muito recetivo à moda" que poderá fazer sentido para os criadores portugueses.
"Estamos a olhar para esses mercados com interesse, estamos a fazer um estudo de mercado e a procurar parceiros locais porque nós só vamos para sítios onde tenhamos a certeza de que vai correr bem", sistematizou.
Apesar de já ter passado por outras edições do Portugal Fashion como presidente da ANJE, esta é a primeira na qual João Rafael Koehler assume a direção do evento - depois da saída de Manuel Teixeira.
A iniciativa, disse, foi criada (em 1995) porque havia uma falha no mercado em termos de promoção da moda ao nível nacional e internacional, apesar de já existirem outros certames.
"Acho que esse tem sido o grande trabalho invisível do Portugal Fashion, que é elevar o conceito e a perceção que os outros países, que os compradores internacionais e que também os portugueses têm da indústria têxtil e do calçado, que têm tido nos últimos anos grandes resultados e acho que nós, Portugal Fashion, somos um bocadinho responsáveis por isso", defendeu.
Sendo o certame financiado pelo Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) no âmbito do Programa Compete, o próximo quadro comunitário de apoio reveste-se de uma enorme importância para o futuro do Portugal Fashion, mas o presidente da ANJE mostra-se confiante e afasta grandes preocupações, realçando que o Governo tem reconhecido o papel do evento na moda nacional.
"Temos confiança porque o Portugal Fashion e a ANJE têm sempre executado os projetos de uma forma muito criteriosa e muito minuciosa. Atendendo a que temos cumprido a 100%, a União Europeia e o Estado português têm essa caraterística, que é a de privilegiar os parceiros que cumprem com a sua palavra e com aquilo que assinam", justificou.
Para João Rafael Koehler, o fator distintivo e a matriz do Portugal Fashion - organizado em parceria com a Associação Têxtil e Vestuário de Portugal – é a ligação à indústria.
Questionado sobre a preocupação manifestada pelos criadores sobre o calendário no qual decorre o Portugal Fashion, que consideram ser tardio, o presidente da ANJE assegurou que há abertura para estudar uma eventual antecipação.
"Acho que fazia sentido nós termos o Portugal Fashion um bocadinho mais cedo. Isso tem sido discutido e tem sido desejado pela direção do evento", concretizou.
João Rafael Koehler explicou que é preciso, no entanto, "encontrar um calendário que justifique tudo" para não fazer "o evento em cima de outros".
Sob o tema “Sprinkle”, o 35.º Portugal Fashion começa na quarta-feira em Lisboa, seguindo depois até sábado no Porto, num total de 33 desfiles espalhados por seis locais distintos.
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