Agência LUSA
8 de out. de 2014
Museu do Design e da Moda viaja pela cultura japonesa através de 250 peças
Agência LUSA
8 de out. de 2014
Lisboa, 08 out (Lusa) - Duas exposições que abordam a história, a cultura e o design japoneses, através de mais de 250 peças, vão inaugurar na quinta-feira (9), no Museu do Design e da Moda (MUDE), em Lisboa, anunciou a entidade.
De acordo com o museu, a exposição "Japão a Cru" vai estar dividida em "Boro: O tecido de Vida", com 54 peças - como quimonos e bolsas - e "Puras Formas", com 200 objetos em alumínio, que ficarão patentes no MUDE até fevereiro de 2015.
Ambas abordam questões ligadas à preservação dos recursos materiais - o respeito pela natureza, a reutilização ou transformação dos materiais e o tempo de vida de cada produto. O museu justifica, num comunicado, a escolha das exposições, pela "simplicidade e qualidade estética intrínseca das peças".
A exposição "Puras Formas" reúne 200 objetos destinados à cozinha - como eletrodomésticos, mobiliário, brinquedos - todos em alumínio, fabricados no Japão entre 1910 e 1960.
Considerado o material moderno do século XX, o alumínio, facilmente moldável e reciclável, teve o apogeu durante a II Guerra Mundial, com o uso no fabrico de aviões de guerra, de armas e na frota naval.
Durante 50 anos, estes objetos foram concebidos por designers anónimos e produzidos por artesãos, em pequenas oficinas, mas, após a guerra, o Japão reconstrui-se e enriqueceu, substituindo o alumínio por outros materiais, como o plástico.
Os objetos patentes nesta exposição eram muitas vezes esmaltados, mas o MUDE apresenta-os despojados das suas decorações e pintura, acentuando a matéria-prima e evidenciando as funções elementares.
Estes objetos foram reunidos durante vários anos pelo designer industrial Seiji Onishi e pelo galerista Keiichi Sumi, sob o conselho do designer gráfico Nobuhiro Yamaguchi.
A exposição "Boro – O Tecido da Vida" apresenta 54 peças elaboradas através do método Boro, que significa farrapo e consiste em cerzir tecidos diferentes, tingindo, posteriormente, as peças têxteis em índigo.
Esta foi uma técnica corrente no Japão desde o final do século XVIII até meados do século XX, e os têxteis Boro espalharam-se por todo o país, durante cerca de 200 anos, pois a estrutura socioeconómica manteve-se inalterada até ao início do século XX.
Imagens: Divulgação | MUDE
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