Naomi Campbell pede à Vogue que lance edição africana

A top model Naomi Campbell disse no domingo (1) que a revista Vogue deveria lançar uma edição africana para reconhecer a contribuição do continente para a indústria global da moda, que tem sido criticada pela sua falta de diversidade.

Em visita à capital comercial da Nigéria, Lagos, Naomi Campbell, que esteve na cidade para participar num desfile da Arise Fashion Week, falou sobre a necessidade de o continente africano ser melhor representado.

"Deveria haver uma Vogue Africa", disse à Reuters numa entrevista. “Acabamos de ter a Vogue Arabia, e esta é a próxima progressão. Tem que ser”, disse ela, referindo-se à edição da revista destinada aos leitores do Médio Oriente, que foi lançada no ano passado.

"África nunca teve a oportunidade de aparecer, nem os seus tecidos, materiais e criações de serem aceites na plataforma global...não deveria ser assim", disse Campbell, que nasceu em Inglaterra. A Condé Nast International, que publica a Vogue, ainda não comentou sobre o assunto.

A indústria global da moda tem atraído muitas críticas nos últimos anos devido à falta de diversidade, sendo a maioria dos modelos, homens e mulheres, que trabalham para grandes estilistas e marcas, brancos.

"As pessoas acabaram por perceber que não é a cor da sua pele que define quem pode fazer um trabalho ou não", disse a modelo, acrescentando que tinha visto sinais de que a indústria da moda estava a tornar-se mais diversificada, com a nomeação de Edward Enninful como editor-chefe da Vogue britânica em abril do ano passado. Enninful, que nasceu no Gana, é o primeiro editor negro na história de 100 anos da revista, e o primeiro homem a assumir esse cargo.

Na semana passada, a marca Louis Vuitton, que pertence ao grupo de luxo LVMH, e é a maior geradora de receita do grupo francês, anunciou a contratação do estilista afro-americano Virgil Abloh como diretor de criação das suas coleções masculinas.