O romance simbolista de Ann Demeulemeester
Ann Demeulemeester apresentou um desfile misto romântico, sem género específico, com uma coleção nostálgica que capturou o anseio contemporâneo por um pouco mais de poesia nas nossas vidas.
As roupas eram quase intercambiáveis entre os homens e mulheres nesta coleção, muito em linha com o ADN poético e rocker desta marca belga. Os modelos apareceram em camisas de renda e luvas; saiotes cortados; sandálias de couro tecidas ladylike; blusas de algodão branco e bloomers; e as modelos usaram peças semelhantes. Metade do elenco usou couro desgastado e chapéus de palha dignos de um camponês numa pintura a óleo de Van Gogh. Além disso, destaque para alguns casacos de jardineiro em linho muito bem cortados, e dusters em jacquards cor-de-rosa pálido.
Por outras palavras, muitas peças excelentes, inspiradas no pintor simbolista Odilon Redon, do final do século XIX, cujas pinturas fantasmagóricas, quase como um sonho, ecoaram nas roupas. “Odilon surgiu num momento em que as pessoas estavam a começar a duvidar da necessidade do progresso constante, quando as pessoas queriam fazer uma pausa e sonhar mais. Isso é o que eu queria sugerir”, disse o diretor criativo da marca, Sébastien Meunier, que assumiu o comando após a fundadora Ann se reformar, em 2013.
Esta necessidade de sonhos também foi notória na band sonora, inspirada por Frederic Sanchez: quatro versões de, respetivamente, Marianne Faithful, Loreena McKennitt, Elizabeth Fraser e Joan Baez do grande lamento romântico irlandês "She Moved Through the Fair". Um momento de graça num dia bastante agitado, com muitos engarrafamentos, vários eventos e festas.
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