Por
Reuters
Publicado em
14 de set. de 2015
Tempo de leitura
2 Minutos
Download
Fazer download do artigo
Imprimir
Text size

O yuan chinês não para de se depreciar…

Por
Reuters
Publicado em
14 de set. de 2015

O yuan ainda vai depreciar-se ao longo dos 12 próximos meses com o anúncio provável de novas medidas de apoio à economia, mostra uma investigação da Reuters.


O Banco Popular da China (BPC) surpreendeu os mercados a 11 de agosto, anunciando uma desvalorização de quase 2% do yuan, uma decisão que reavivou os temores de uma "guerra das moedas" em escala mundial.
 
Pequim está tentar desde então tranquilizar os investidores, repetindo que não há razão para que o yuan deprecie-se mais, porém muitos especialistas em câmbio julgam que a desaceleração da segunda economia mundial defende, pelo contrário, uma continuidade do movimento.

A investigação realizada junto de 30 responsáveis de estratégia de câmbio mostra que o yuan (também chamado de remimbi) deve se depreciar 2% a mais dentro de 6 meses. Ele deve assim retornar a 6,50 por um dólar daqui para os fins de novembro e a 6,52 daqui para o fim de fevereiro antes de regressar a 6,46 em um ano, segundo suas projeções.
 
Essas últimas estimativas foram revisadas para baixo em relação à investigação similar realizada no mês passado e integram a hipótese de uma continuidade do relaxamento da política monetária do BPC, que já reduziu suas taxas cinco vezes desde novembro de 2014.
 
"Uma liberalização crescente da moeda é absolutamente necessária e achamos que, nas circunstâncias económicas atuais e agora que a moeda tem uma margem maior de manobra para flutuar, por enquanto, ela vai ficar voltada à queda", explica Martin Güth, chefe da estratégia da LBBW.
 
"Comparada a outras moedas asiáticas, o remimbi estava verdadeiramente forte. Por este fato, em vista das dificuldades económicas, julgamos necessária uma depreciação crescente da moeda para voltar a ganhar competitividade".
 
Alguns analistas veem até mesmo o yuan cair para 6,80 por um dólar dentro de um ano, contra cerca de 6,38 sexta-feira passada.
 
O BPC apresentou a decisão de 11 de agosto como uma etapa da sua política de liberalização das taxas de câmbio, mas a maior parte dos observadores viram aí, primeiro e antes de tudo, o reflexo da inquietude das autoridades chinesas face à queda das exportações e à desaceleração geral da economia.

© Thomson Reuters 2024 Todos os direitos reservados.