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23 de jul. de 2018
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Pedrosa & Rodrigues faz pontaria aos EUA e Alemanha

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Jornal T
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23 de jul. de 2018

Fazer 15 a 20% das vendas nos Estados Unidos é um dos objetivos fixados pela Pedrosa & Rodrigues, que também está a fazer pontaria à Alemanha no âmbito deste esforço de diversificação de mercados.


No ano passado, os EUA valeram cerca de 5% dos 16 milhões de euros do volume de negócios, todo feito na exportação, desta empresa de malhas que emprega 110 pessoas em Gilmonde, Barcelos.

“É uma aposta que temos em curso. Vamos andando e vamos vendo. O modo de trabalhar das marcas norte americanas que vendem essencialmente para o mercado doméstico é muito diferente do europeu”, explica Miguel Pedrosa Rodrigues, 39 anos (na foto).

Como não estão pressionadas pelo lead time e a fast fashion, as marcas fazem as suas encomendas apenas na Ásia, esperando depois escoar os stocks nos mercados outlet, que têm uma forte tradição nos EUA.

“Estamos a tentar convencê-los que compensa é diminuírem o volume das encomendas iniciais no Oriente, analisar mensalmente as vendas e  em função disso mandar fazer as repetições em Portugal. Sacrificavam um bocadinho as margens mas evitavam ter tanto dinheiro imobilizado em enormes stocks, que são o grande inimigo deste modelo de negócio”, explica o administrador da Pedrosa & Rodrigues, dando como exemplo da dimensão deste problema os quatro biliões de euros que os nórdicos da H&M têm empatados em stock.

Reino Unido, Itália e França são os principais mercados da Pedrosa & Rodrigues que está a investir nos Estados Unidos e Alemanha para se tornar menos vulnerável às flutuações de um mercado cada vez mais volátil.

“Temos de estar sempre preparados para o pior e uma maneira de o fazer é melhorarmos a nossa exposição ao mercado alemão, onde fazemos cerca de 10% das vendas e temos feito avanços muito positivos. Muitas pessoas desconhecem que a Alemanha é um dos maiores exportadores têxteis do mundo”, afirma Miguel Pedrosa Rodrigues.

A incerteza que rodeia as consequências do Brexit é um dos fatores que está na origem desta estratégia de diversificação, até porque o Reino Unido é o principal mercado da empresa.

“O Reino Unido é um mercado com muito valor, em que há muita diversidade e uma grande variedade de segmentos. Não estamos preocupados com as marcas britânicas que vendem para o mundo inteiro, pois elas compram e vendem em dólares e euros. O problema está nas que estão focadas no mercado doméstico, pois a desvalorização da libra inflaciona os preços no retalho e o consumidor pode não estar disposto a aceitar esses aumentos. E ainda não sabemos se vão ou não ser introduzidas taxas alfandegárias …”, concluiu Miguel Pedrosa Rodrigues.

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