3 de jun. de 2013
Sindicato acusa patronato da cordoaria e redes de "boicote à negociação coletiva"
3 de jun. de 2013
Porto – A Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores Têxteis, Lanifícios, Vestuário, Calçado e Peles acusa a associação patronal da cordoaria e redes de “boicote à negociação coletiva” e anunciou o recurso à fase de conciliação no Ministério da Economia e do Emprego.
Em comunicado, a Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores Têxteis, Lanifícios, Vestuário, Calçado e Peles (Fesete) acusa a Associação dos Industriais de Cordoaria e Redes (AICR) de manter “há três anos uma posição de boicote à negociação dos contrato coletivo de trabalho (CCT)” e de, desde 2011, vir “recusando negociar novos salários”.
“Na última reunião de negociação a associação patronal, não conseguindo apresentar qualquer razão justificativa, mais uma vez recusou negociar salários para 2013, procurando com esta decisão aumentar a exploração sobre os trabalhadores”, sustenta.
Segundo a federação sindical, “em resultado do boicote patronal ao aumento dos salários, dos efeitos negativos da inflação (que cresceu 10,6% entre 2010 e 2012) e das políticas de austeridade do Governo, os trabalhadores viram nestes três anos diminuir de forma injusta o seu poder de compra e aumentar o seu empobrecimento, enquanto a produtividade e os lucros cresceram de forma acelerada”.
É que, salienta, nos setores da cordoaria, redes, sacaria e espumas as exportações cresceram 118% nos últimos nove anos, para 245 milhões de euros em 2012, sendo que “o valor das exportações mais elevado foi de 251 milhões em 2011, ano em que o patronato se recusou a negociar o aumento dos salários”.
“Se compararmos nestes nove anos a evolução do poder de compra dos trabalhadores, verificamos o seu empobrecimento, uma vez que a inflação foi superior em 2,5% ao aumento dos salários contratuais”, destaca.
Considerando que “não existem quaisquer razões económicas nestes setores que justifiquem este boicote patronal ao aumento dos salários”, a Fesete anunciou que irá recorrer à fase de conciliação do CCT e novos salários para 2013 junto do Ministério da Economia e do Emprego.
A agência Lusa tentou obter uma posição da AICR, mas tal não foi possível até ao momento.
Agência Lusa
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