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Novello Dariella
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19 de jun. de 2017
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Tom Ford fala sobre manter peças clássicas atuais, desfile em Nova York, e por que ele não está à venda

Traduzido por
Novello Dariella
Publicado em
19 de jun. de 2017

"Eu faço roupas clássicas e, claro, em todas as temporadas as atualizamos, o que não é tão fácil quanto parece", diz Tom Ford, enquanto apresenta sua coleção masculina de primavera em uma entrevista particular em Milão.

Tom Ford primavera-verão 2018 - Photo: Tom Ford


A última temporada foi muito sombria, então nesta temporada, queríamos muita cor. Mas meio anos 70, com muitas camadas de cores”, comenta com entusiasmo o estilista americano, originário do Texas, enquanto os modelos desfilam seus espectaculares smokings jacquard marmorizados.

Os modelos desfilaram na sede da marca do estilista, localizada na via Borgonuovo, em Milão. Vestindo elegantes ternos de dois botões, jeans e calças-cargo oversized, "para deixá-los um pouco mais esquisitos!”, ri o sempre impecavelmente vestido, Tom Ford.

Esta temporada marca o 10º aniversário da Tom Ford como uma marca independente. Inaugurada em 2007, hoje ela possui uma impressionante rede de 128 lojas em todo o mundo, sendo 26 delas 100% do estilista.

A marca de Tom Ford começou oferecendo opulência clássica, desenvolvendo todos os seus próprios tecidos do zero. No entanto, gradualmente foi ganhando toques de elegância; jaquetas camufladas ou jaquetas jeans feitas em camurça, com estampa de leopardo. Ele também transmitiu seu DNA em seus acessórios, como as correntes de ouro que ele coloca em todos os mocassins. Além disso, continua a sendo um grande alfaiate, oferecendo quatro tipos diferentes de lapelas em seus casacos.

"Eu nunca gostei muito de lapelas estreitas, mesmo quando todos as faziam. Eles fazem parecer que você não pôde pagar tecido suficiente. E minha cabeça não é pequena. Então, se você colocar uma minúscula lapela, ela faz a cabeça parecer muito grande. Você pode se divertir com isso", diz Ford, com sua voz idílica, vestido em um terno preto e gravata de seda preta grossa.


Tom Ford primavera-verão 2018 - Photo: Tom Ford


Ford divide sua vida entre Los Angeles e Londres, onde recentemente se mudou para o Regent's Park. ”Sua carreira na moda é dividida entre o Reino Unido e a Itália, onde muito do que ele cria é fabricado. Sua vida nas passarelas tem sido tumultuada, já que passou a última metade da década mudando seus desfiles, formato, casting – uma mistura de grandes atrizes, amigos bonitos e modelos profissionais – e locais. Diversos desfiles em Londres, Nova York e Los Angeles.

"Mas desta vez eu vou apresentar minha coleção em Nova York, em setembro, com um desfile decente. E, eu vou ficar lá por algumas temporadas. Eu tentei algumas idéias diferentes. Tentei lutar contra tudo, mas não funcionou. O problema é que a temporada de moda não está no mesmo calendário que a temporada de desfiles. Quando eu fiz o Buy Now Wear Now, em setembro, normalmente, essas roupas estariam nas lojas em junho ou julho, mas eu tive que segurá-las e perder as seis ou oito semanas de venda. E, já em outubro, tivemos que começar os markdowns, o que significou reduzir os preços quando minhas roupas estavam nas lojas há apenas seis semanas. Então, perdemos muito tempo e isso foi um problema", comenta.

Tom Ford saiu da Gucci –  uma marca que ele elevou para o status de superstar – em 2004, após a entrada dos novos proprietários franceses da empresa, de forma não muito amigável. No entanto, em uma impressionante volta por cima, ele criou sua marca própria, que arrecada cerca de um bilhão de euros em vendas anuais.
 
No ano passado, a linha de beleza da marca alcançou vendas de 750 milhões ao ano, um aumento de 52% em um ano. No entanto, o estilista disse: "... Nós temos uma distribuição muito apertada. Sim, nosso preço de varejo é alto, estamos crescendo rapidamente, mas de uma forma muito controlada."
 
Ele se recusou a falar sobre resultados precisos, mas insistiu: ”temos uma empresa muito boa, mas não vou falar agora sobre dinheiro. "Ainda assim, sabe-se que fundos de investimento têm mostrado interesse na marca, dado o seu impressionante crescimento nas vendas, o talento e reputação do estilista.

"Eu construí meu próprio negócio para que eu pudesse ter minha própria essência. E fazer filmes e desfiles quando eu quiser. Deixei a Gucci com dinheiro suficiente para não ter que trabalhar o resto da minha vida. Então eu gosto de fazer o que faço. Então eu não estou à venda."

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