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19 de jul. de 2018
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Unilever regista vendas abaixo do esperado no primeiro semestre

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AFP
Traduzido por
Estela Ataíde
Publicado em
19 de jul. de 2018

Haia, 19 de julho de 2018 (AFP) - A gigante holandesa agroalimentar e de cosméticos Unilever comunicou na quinta-feira um declínio no seu volume de negócios e vendas inferiores às esperadas, que atribuiu principalmente a uma greve dos camionistas no Brasil, um dos maiores mercados do grupo. De acordo com um comunicado da Unilever, no primeiro semestre o volume de negócios caiu 5% em relação ao ano anterior, para 26,4 mil milhões de euros. O lucro líquido do grupo foi de 3,2 mil milhões, o que representa uma queda de 2,4%.


A última campanha de 2018 da Dove foi desenvolvida em torno do tema "anti-retoques"


Objeto, no ano passado, de uma gigantesca oferta de compra por parte da americana Kraft Heinz, que acabou por fracassar, a Unilever fez manchetes em março ao anunciar, numa altura em que o Brexit se aproxima, a mudança da sua sede de Londres para a Holanda. A empresa multinacional agroalimentar e de cosmética, conhecida pela célebre Marmite britânica ou pelos gelados Ben & Jerry's, tem presença jurídica no Reino Unido e na Holanda há quase um século. A Unilever anunciou que se realizará uma Assembleia Geral de acionistas nos dias 25 e 26 de outubro em torno da questão da "simplificação da estrutura jurídica de duas cabeças".

O grupo com sede em Roterdão também indicou ter concluído o primeiro semestre da sua extensa recompra de ações de até 6 mil milhões de euros, que terminará no final de 2018 para redistribuir entre os seus acionistas o produto da venda do seu negócio de "margarinas", concluída a 2 de julho. O grupo concordou, em dezembro, vender esta divisão histórica (Flora, Blue Band, Rama...) por 6,8 mil milhões de euros ao fundo americano KKR.

Devido principalmente aos efeitos cambiais negativos, o crescimento subjacente das vendas, de 1,9%, foi inferior às expectativas dos analistas, que esperavam um crescimento de 2,2% no primeiro semestre.

Excluindo as margarinas, no segundo trimestre o volume de negócios situou-se nos 13 mil milhões de euros, novamente uma queda de 4,5%.

A Unilever, que comercializa marcas como as sopas Knorr, os sabonetes Dove e os desodorizantes Rexona, mantém as suas metas apesar das "condições gerais de mercado, que continuam difíceis", disse Paul Polman. "Esperamos um crescimento subjacente das vendas na ordem de 3% a 5%, uma melhoria na margem operacional subjacente e fortes fluxos de caixa. Continuamos no bom caminho para atingir os nossos objetivos de 2020."

O diretor geral da Unilever congratulou-se pela subida dos volumes nas três divisões - "Higiene pessoal", "Produtos de limpeza doméstica" e "Alimentos e bebidas" -, nomeadamente nos mercados emergentes.
 
A divisão de “Higiene pessoal” continuou a crescer graças às "inovações ao nível das marcas mundiais e locais" e registou um volume de negócios de 5,2 mil milhões de euros no segundo trimestre (10,1 mil milhões de euros ao longo do primeiro semestre do ano).

Cotada na Bolsa de Amsterdão, a Unilever perdeu 0,60%, para 47,86 euros, às 09h50 (07h50 GMT), num índice em queda de 0,15%, para 567,32 pontos.

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