421
Fashion Jobs
ADIDAS
Technology Consultant - Sap Fico - Tradeco
Efetivo · PORTO
PANDORA
Regional Sales Manager
Efetivo · LISBOA
PANDORA
Regional Sales Manager
Efetivo · LISBOA
LA REDOUTE
Engineering Manager
Efetivo · LEIRIA
ADIDAS
Manager Controlling - Operating Overheads - Maternity Cover
Efetivo · PORTO
LEFTIES
Comercial | Lefties | Portimão
Efetivo · PORTIMÃO
ZARA
Visual Merchandiser/Comercial | Zara | Norteshopping
Efetivo · MATOSINHOS
ZARA
Visual Merchandiser/Comercial | Zara | Santa Catarina
Efetivo · PORTO
ZARA
Visual Merchandiser/Comercial | Zara | Parque Nascente
Efetivo · GONDOMAR
ZARA
Visual Merchandiser/Comercial | Zara | Viana do Castelo
Efetivo · VIANA DO CASTELO
ZARA
Visual Merchandiser/Comercial | Zara | Madeira
Efetivo · FUNCHAL
ZARA
Visual Merchandiser/Comercial | Zara | Mar Shopping Matosinhos
Efetivo · MATOSINHOS
ZARA
Visual Merchandiser/Comercial | Zara | Braga
Efetivo · BRAGA
ZARA
Visual Merchandiser/Comercial | Zara | Leiria
Efetivo · LEIRIA
ZARA
Visual Merchandiser/Comercial | Zara | Albufeira
Efetivo · ALBUFEIRA
ZARA
Visual Merchandiser/Comercial | Zara | Mar Shopping Loulé
Efetivo · LOULÉ
PANDORA
Regional Sales Manager
Efetivo · LISBOA
PANDORA
Regional Sales Manager
Efetivo · LISBOA
SALSA
Operador Receção Logística | Lavandaria Salsa
Efetivo · VILA NOVA DE FAMALICÃO
SALSA
Accounts Payable Controller - Gestão Eficiente Das Contas a Pagar
Efetivo · VILA NOVA DE FAMALICÃO
HERMES
Controleur de Gestion
Efetivo · FUNDÃO
PUIG
Key Account Manager Lisboa
Efetivo · LISBOA
Publicado em
27 de jan. de 2016
Tempo de leitura
5 Minutos
Download
Fazer download do artigo
Imprimir
Text size

Urtiga pode se tornar uma das fibras sustentáveis do futuro

Publicado em
27 de jan. de 2016

Uma das grandes preocupações da moda ética é a escolha de tecidos sustentáveis. O algodão tradicional é a fibra natural mais comum usada na moda, mas há aí alguns problemas sérios relacionados.

O cultivo depende de uso intensivo de água, como o gasto de 2.900 litros para se fabricar uma camisola de algodão e de 11.800 litros para um par de calças jeans. Além disso, ele utiliza uma quantidade desproporcional de pesticidas em comparação com outras culturas.

O algodão dá continuidade ao seu reinado, mas pesa cada vez mais para o meio ambiente.


A cultura algodoeira representa 3% da área cultivada no mundo, mas consome 25% de todos os inseticidas, 11% de todos os pesticidas e 90% da oferta mundial é geneticamente modificada. Isso tem consequências para o solo, qualidade da água, biodiversidade e para a saúde humana. O cultivo do algodão orgânico é rentável e sustentável, mas traz rendimentos mais baixos em relação aos outros.
 
O algodão geneticamente modificado (GM) deveria reduzir a necessidade de pesticidas por ser mais resistente às pragas, mas não é o que tem acontecido nas plantações da Índia e de outros países. Existem alternativas para o algodão, no entanto. O bambu cresce rapidamente e de forma sustentável, mas requer produtos químicos nocivos para o processamento.

O cânhamo industrial é uma fibra natural fantástica e costumava ser a principal fonte de fibra para se fabricar tecidos no passado. Infelizmente, ele é ilegal para ser produzido no Brasil, EUA (onde há grandes áreas disponíveis) e outros países ocidentais por causa da proibição à maconha. Isso nos leva a uma planta que a maioria das pessoas acredita ser uma praga, as urtigas.
 
Elas crescem em todos os lugares e o processo para extrair a fibra não necessita de quaisquer produtos químicos, enzimas ou outras substâncias auxiliares.
 
Elas são perenes, o que significa que podem ser colhidas a cada ano. Elas produzem fibras de alta qualidade, fortes, versáteis e que têm um bom comprimento para a fiação.
 
A boa notícia é que o tecido de urtiga é perfeitamente seguro para vestir e, na verdade, é um tecido muito bonito, resistente e sustentável. O tecido é feito a partir das fibras dentro dos caules da planta, não as farpas sobre a superfície exterior.
 
A planta de urtiga é uma alternativa útil em relação a outras fibras naturais, como cânhamo, linho e algodão, e irá desempenhar um papel cada vez mais importante dentro dos próximos 5 a 7 anos.

G-Star Raw Nettle


As fibras da urtiga têm uma caraterística especial pelo fato de que são ocas, o que significa que podem acumular ar dentro de si criando assim um isolamento térmico natural. Também são resistentes a doenças e pragas, por isso não precisam de produtos químicos e podem ainda resistir a mais de 40 espécies de insetos.
 
A ideia não é nova, já que as urtigas têm sido utilizadas em alimentos, tecidos e até mesmo em medicamentos desde o século XVI. A urtiga foi usada na Inglaterra na Primeira Grande Guerra Mundial, quando o país controlava 90% do comércio de algodão do mundo, o que foi uma dor de cabeça para quem não podia mais manter comércio com o país. As urtigas foram cultivadas como uma alternativa e depois usadas ​​para fazer uniformes para as tropas alemãs.
 
O fim da Guerra e o desenvolvimento das fibras sintéticas fizeram com que os tecidos feitos de urtiga nunca decolassem, mas a planta esquecida continua a ser uma alternativa sustentável esperando seu regresso triunfal para o mundo da moda.
 
Felizmente, algumas marcas de moda preocupadas com a sustentabilidade estão a utilizar a urtiga para produzir roupas como foi o caso da famosa marca de jeans holandesa G-Star Raw.
 
Para impulsionar o uso de materiais sustentáveis, ​​a G-Star iniciou o programa Sustainable RAW em 2010. As peças do programa foram inteiramente feitas de materiais sustentáveis ​​inovadores e consistiam em três linhas como algodão reciclado, algodão orgânico e urtiga (Nettle em inglês).
 
A G-Star combinou as fibras do algodão orgânico com as da urtiga para criar uma linha de denim sustentável com um impacto ambiental reduzido. Isso mostra que a urtiga tem um enorme potencial de introdução na moda, misturada também com fibras como tencel, seda, modal entre outras.
 
A marca de moda sustentável feminina Brennels foi a única empresa na Holanda e no mundo que utilizava urtigas em larga escala para sua coleção de moda (a marca não existe mais).
 
A Brennels trabalhou duro para encontrar a melhor maneira de produzir tecidos feitos de urtiga e cultivou um tipo específico da planta importada da Alemanha, modificada geneticamente para ter a melhor fibra. Depois de cultivadas, as plantas chegavam até uma altura de 2,5 metros.

G-Star Raw Nettle


Os caules eram cortados e deixados no campo para maceração (quebra através da exposição à chuva, orvalho e raios do sol). Depois, a palha era recolhida, pressionada em fardos e colocada em um celeiro para secar.
 
A parte mais difícil era separar a fibra do caule. Isto é feito mecanicamente removendo o caule seco a partir da fibra. As fibras são então penteadas até que fiquem limpas e possam ser misturadas com o algodão orgânico e fiadas juntas num fio para depois tecer os tecidos.
 
Para a coleção masculina primavera-verão 2015 da Etro, em Milão, o estilista italiano Kean Etro produziu casacos e camisas feitas de fibras de urtiga, banana, cereais, bambu, cânhamo e até leite. Etro resolveu investir numa linha de tecidos sustentáveis para manter a biodiversidade na agricultura.
 
A coleção foi inspirada pela Exposição Universal de Milão, que aconteceu em 2015 sob o tema 'Alimente o Planeta. Energia para a Vida'. A utilização da fibra de urtiga na indústria da moda só está a começar e esperamos que possa se tornar uma alternativa sustentável e rentável ao algodão tradicional.

Fonte: Stylo Urbano

Copyright © 2024 FashionNetwork.com. Todos os direitos reservados.