Viktor & Rolf: um desfile em forma de obra de arte

Relaxnews – No penúltimo dia da extravagância máxima da moda de Paris, a dupla de criadores holandeses levou a cobiçada tendência floral ao extremo e regressou às suas raízes mais de uma vez.

Inspirados pela energia crua da ilusão exuberante que Vincent Van Gogh criou ao retratar a zona rural, a visão da Viktor & Rolf nessa temporada foi definitivamente bucólica. A marca ofereceu lindas peças “buquê”, que combinavam volumes gráficos abstratos com elementos orgânicos.

Vestidos floridos rodados curtos associados a chapéus de varetas e chinelos formaram a base de uma variedade de visuais esculturais e cada vez mais coloridos.

A exploração surreal dos estampados tomou forma de pétalas de flores que pareciam abrir-se e sair das peças, transformando estampados 2D em 3D, quase sempre resultando em peças surpreendentemente usáveis.

Ainda outra referência à vida no campo: chapéus de varetas que formam feixes quase soltos para criar uma “nova unidade orgânica na qual chapéus e vestidos fundem-se”, de acordo com a Viktor & Rolf.

As sandálias combinaram com os estampados dos tecidos, completando os 'looks' de passarelles extremamente estivais.

A textura e sensação chamativas da coleção podem ser atribuídas à parceria da marca com a empresa têxtil holandesa Vlisco. A técnica autêntica e caraterística da empresa de “estampado em blocos e tingimento com cera”, inspirado no batique, garante uma alta qualidade única ao estampado, com linhas craqueladas nas gangas e cores intensas vibrantes nos dois lados das roupas.

O colecionador de arte Han Nefkens, parceiro de longa data da Viktor & Rolf, adquiriu três peças após o começo do desfile em 28 de janeiro, durante a Semana de Alta-Costura em Paris.

Tais trabalhos serão doados ao museu Boijmans Van Beuningen. A parceria de longa data já gerou compras ou encomendas de peças doadas ou emprestadas por bastante tempo ao museu, como parte do projeto 'Fashion on the Edge', de Han Nefkens.