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Agência LUSA
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18 de jan. de 2017
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'Made in Portugal' em destaque na feira Maison & Objet em Paris

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Agência LUSA
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18 de jan. de 2017

Mais de uma centena de marcas portuguesas estarão presentes na feira Maison & Objet, de sexta a terça-feira, na região de Paris, numa altura em que os produtos "Made in Portugal" estão na moda, segundo vários representantes das empresas.

A feira, que decorre duas vezes por ano, vai juntar os profissionais dos setores da decoração, mobiliário, têxteis-lar e iluminação no parque de exposições de Paris-Nord Villepinte, sendo esperados mais de 80 mil visitantes e 3.200 marcas, de acordo com a página do evento na internet.

Salão Maison & Objet Paris - Foto: Maison & Objet


A Maison & Objet "faz parte do calendário já clássico, seguramente há uma década", da Associação Selectiva Moda, "o braço armado da internacionalização" da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), que vai apoiar dez empresas portuguesas, afirmou à Lusa Paulo Vaz, diretor-geral da ATP.

O responsável sublinhou que atualmente "o têxtil português em França e em todo o mundo tem uma imagem extremamente valorizada" que deixou de estar associada apenas à "competitividade com base no preço, para ser distinguido pelo seu valor", o que constitui "a grande mudança de paradigma que se operou nos últimos dez anos".

"Hoje o ‘Made in Portugal' tem realmente um valor acrescido. Os clientes internacionais procuram a etiqueta ‘Made in Portugal' porque é garantia de, simultaneamente, encontrarem não apenas produtos de alta qualidade, criativos e inovadores sob o ponto de vista tecnológico, mas também a garantia de que aquilo que se faz em Portugal respeita escrupulosamente as regras ambientais e sociais", descreveu Paulo Vaz.

A Associação Home from Portugal, que também reúne empresas de têxteis-lar, vai estrear-se na feira com duas marcas e com "um ‘stand’ informativo para promover a imagem dos têxteis-lar portugueses na sua totalidade".

"Os têxteis-lar portugueses têm uma imagem a nível mundial, e em França também, de produtos de muito boa qualidade, de empresas bem organizadas e cumpridoras", indicou Maria Alberta Canizes, diretora de relações internacionais da associação, precisando que França constitui o segundo mercado para as exportações do setor.

Já a Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário e Afins (APIMA) vai representar 70 empresas de mobiliário e "as expectativas são boas" porque "é uma feira plataforma internacional" para fazer negócios com clientes de outros países e "França é o primeiro mercado em termos de exportações", disse à Lusa Gualter Morgado, diretor executivo da associação.

"Há uns anos, escondia-se que o mobiliário era produzido em Portugal. Agora, é um fator de qualidade o facto de o mobiliário ter como origem Portugal. (…) Há uma preferência pelo mobiliário português que tem a ver com três fatores: a qualidade de produção e capacidade de customização do produto ao gosto do cliente, a relação qualidade preço e o facto de, em termos de prazo de entregas e quantidades, sermos muito flexíveis", explicou o responsável.

Pela primeira vez na feira, vai estar a marca de mobiliário Bessa, criada há menos de dois anos, e que vai apresentar "uma peça exclusiva para a Maison & Objet - a Eiffel center table - a ser desvendada na feira", com "uma alma verdadeiramente parisiense", adiantou à Lusa o designer João Bessa.

A marca explora o tema das "memórias apaixonantes", ou seja, a evocação de "sentimentos nostálgicos através do ‘design’" e as técnicas de produção artesanais portuguesas, nomeadamente a filigrana, em que "tudo é produzido de forma manual sem qualquer tipo de moldes ou replicações".

"Queremos trabalhar sempre com Portugal. Vender para fora mas produzir tudo em Portugal e, se pudermos, com técnicas tradicionais portuguesas. O conceito da marca gira em torno da produção artesanal, da recuperação das técnicas de artesanato que se perderam um bocado com a industrialização, porque as coisas começam a ser todas estandardizadas", descreveu o designer de 28 anos.

A Associação dos Industriais Portugueses de Iluminação (AIPI) vai, por sua vez, apoiar sete empresas do setor que "se afirmou internacionalmente há muitos anos" e que hoje é "muito bom a fabricar e na parte do ‘marketing’", indicou à Lusa Ricardo Sebastião, diretor executivo da associação.

"O mercado francês é o nosso principal mercado externo e representa cerca de um quarto das nossas exportações. É um mercado fulcral. A Maison & Objet, além do mercado francês, permite atingir outros mercados porque é uma feira que atrai muitos compradores de outros países", acrescentou Ricardo Sebastião.

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