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Novello Dariella
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30 de out. de 2018
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"Rencontres du Luxe" tem interesse no mercado de segunda mão

Traduzido por
Novello Dariella
Publicado em
30 de out. de 2018

Como parte das "Rencontres du Luxe", o novo evento do Salon du Luxe e do Journal du Luxe, organizado pela fundadora Laura Perrard, dedicou o dia 17 de outubro ao "mercado secundário" ou "mercado de segunda mão” e às oportunidades e riscos enfrentados pelas marcas de luxo.


Rencontres du Luxeaborda o"mercado secundário", as suas oportunidades e riscos - DR


Entre convidados e representantes da Cresus, Vestiaire Collective, Panoply, Arianee e Imparfaite Paris, Stéphane Truchi, presidente do diretório da IFOP, falou do peso do mercado secundário, estimado em cerca de 20 mil milhões de euros, incluindo roupa, sapatos, joias e acessórios, "um mercado em constante crescimento, que deve representar 15% do mercado mundial do luxo em 2022".
 
Para explicar o entusiasmo em torno deste mercado, a IFOP fez um estudo sobre os novos comportamentos dos compradores. “A Geração Z (15-25 anos) privilegia em 77% os produtos sustentáveis ​​em suas compras. A necessidade de renovar o vestuário é um elemento permanente e serve também para auto-celebração nas redes sociais - e o mercado de segunda mão, que é mais acessível, é a melhor maneira de atingir isso. Ao mesmo tempo, as mulheres admitem usar apenas cinco vezes uma peça antes de se livrar dela, então os ciclos de vida serão prolongados! Num contexto em que o regresso ao vintage está mais forte, a economia compartilhada está em alta, e a peça exclusiva é cada vez mais procurada, o mercado secundário torna-se mais do que óbvio."

No que diz respeito às marcas e players de luxo, o estudo da IFOP também destacou a nova compatibilidade entre o luxo e mercado de segunda mão. "95% dos profissionais de luxo acreditam que o mercado de segunda mão pode dar uma segunda vida ao produto", diz Stéphane Truchi, "e 60% deles dizem que não querem desperdiçar este novo mercado, que é também um meio para combater a falsificação. A resistência aos artigos de segunda mão está a enfraquecer consideravelmente".
 
Para apoiar o estudo, Maximilien Urso, CEO do Efficio Group e presidente da Cresus, falou sobre a emergência do mercado secundário e o crescimento prometido "+ 133% em 2035, contra um crescimento de 85% do mercado de luxo no mesmo período” e sobre o boom do mercado de relógios de segunda mão.
 
Christian Jorge, cofundador da Vestiaire Collective, apresentou o seu novo projeto "Arianee", uma solução blockchain que permite a integração entre os produtos vendidos ou revendidos e os proprietários através de um certificado digital, "uma espécie de terceiro de confiança entre as marcas e o consumidor final”, que permite às marcas de luxo operarem uma rastreabilidade dos seus produtos na esfera do mercado secundário e comunicarem com os portadores de objetos.

Outro sinal do desenvolvimento do mercado de segunda mão é o aluguer de artigos  high-end. Convidada para falar sobre o assunto, Emmanuelle Brizay, cofundadora do serviço de aluguer de luxo Panoply (que tem hoje quase 4 mil peças, incluindo Valentino, Marc Jacobs e Carven) apresentou as vantagens da sua oferta, "um serviço acessível de assinatura que permite alugar um determinado número de peças de acordo com um número escolhido de créditos, que responde à problemática de uma moda cara e efémera" e onde os clientes também podem comprar o produto experimentado. "Um conceito que as grandes marcas não parecem descartar, diz a designer, e que veem na locação uma nova alavanca de visibilidade do produto e recrutamento de clientes para produtos high-end".

No nicho dos marketplaces vintage, Camille Gabbi apresentou o Imparfaite Paris, um conceito "com o objetivo de democratizar o vintage de boa qualidade, oferecendo looks e silhuetas vintages, criando uma alternativa real ao fast-fashion", outro sinal da alta do mercado de segunda mão, cada vez mais importante para os designers adeptos do up-cycling. A estilista Independente Gaelle Constantini falou sobre a sua marca, desenvolvida no prisma da sustentabilidade. "Compro na Emmaüs, em lavandarias, compro finais de stocks, recupero finais dos rolos, uniformes e até lençóis de cama para criar coleções que acompanham a evolução dos corpos das mulheres". Um viés para a sustentabilidade em todas as suas formas.

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