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Traduzido por
Helena OSORIO
Publicado em
30 de set. de 2020
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4 Minutos
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A arte conceptual da Christian Dior à escala de uma catedral

Traduzido por
Helena OSORIO
Publicado em
30 de set. de 2020

Sentimo-nos como se devêssemos ajoelhar-nos ao entrar no cenário da Christian Dior de terça-feira (29 de setembro), quando a estilista da maison, Maria Grazia Chiuri, encenou a sua última mostra de moda feminina, numa tenda montada no jardim des Tuileries, em Paris, decorada como uma catedral de arte conceptual.


Look Dior da coleção para a primavera-verão 2020/2021 - Dior


O desfile da Dior, o primeiro dos grandes a ser apresentado nesta edição outonal da Paris Fashion Week (PFW) de nove dias, decorreu numa tarde húmida, num espaço interior completamente negro, iluminado por gigantescas caixas de luz que imitavam a forma de vitrais góticos. Todos sonhavam com Lucia Marcucci, a artista e escritora italiana contemporânea de 87 anos que se inspirou nas obras do pintor italiano renascentista Piero della Francesca e do pintor francês barroco Georges de La Tour.
 
Ouvia-se também uma banda sonora particularmente dramática, onde uma dúzia de mulheres cantavam uma variação de canções tradicionais corsas, recriadas por Lucia Ronchetti, compositora italiana contemporânea de 57 anos. Um grupo chamado Sequenza 9.3, com sede perto de Paris, fundado e dirigido por Catherine Simonpietri, maestrina coral francesa de 51 anos. O grupo cantou a cappella numa catedral elegante, acrescentando um sentido de cerimónia, ou aquilo a que Chiuri chamou "este ritual da moda".

Apesar do número restrito de convidados, apenas 350 pessoas, quatro vezes menos do que o número que a Dior está habituada a convidar, esta foi uma coleção completa, com um total de 81 looks onde a ideia chave foi a mistura de culturas e retalhos de tecidos.
 
A centelha para esta coleção foi o encontro de Chiuri com Marcucci, e a sua discussão sobre um projecto não realizado, Vetrata di poesia visiva, que significa vidro manchado de poesia visual. Cada quadro real no sacro cenário da Dior capturou palavras e reflexões sobre as mulheres, em grandes obras da Renascença e da arte moderna com mulheres.


Look Dior da coleção para a primavera-verão 2020/2021 - Dior


O desfile abriu com algumas novas silhuetas arrojadas, como uma série de casacos de padrão ikat paisley. Chiuri estava tão apaixonada pelo tecido que até exibia calções ikat e camisas de malha. Tudo cortado numa silhueta indulgente mas sensual.
 
Chiuri idealizou até um mini vestido ikat, bem cortado até à coxa, depois de ter descoberto, nos arquivos da maison, uma imagem da colaboração entre Monsieur Dior e uma revista no Japão em 1957. Uma espécie de figura tridimensional do casaco e um novo visual totalmente repensado.
 
"Era um esboço com construção completamente diferente daquela que Monsieur Dior iria criar em Paris, um casaco usado em casa. Dior nasceu em 1947 na Haute Couture, que consiste em fazer roupas únicas para um corpo específico. Mas, eu quero desenhar roupas que se adaptem a todo o tipo de corpos e sentimentos de nós próprios, materiais mais macios e menos rígidos", disse Chiuri, num Zoom pós-show.
 
Portanto, materiais mais macios e leves fizeram o seu caminho, tais como linho, algodão e malhas. A isto juntou-se o fascínio por materiais antigos utilizados em França e Itália, misturados com os ikats da Indonésia. "Um diálogo entre dois tecidos numa colagem para criar um guarda-roupa muito pessoal", acrescentou a designer natural de Roma.
 
Chiuri falou também da ideia de uma academia idealizada para mulheres, cujos membros incluiriam as escritoras francesa Simone de Beauvoir (1908-1986), americana Susan Sontag (1933-2004) e britânica Virginia Woolf (1882-1941). Elementos recolhidos numa investigação poética a estas académicas, desde vestidos de túnica envoltos em chiffon semi-mate até à camisa de homem clássica da Dior, passando por calças de seda, foram enviados para a passerelle. O próprio elenco parecia mais relaxado, com o seu cabelo ondulado e entrançado.


Look Dior da coleção para a primavera-verão 2020/2021 - Dior


"Penso que, agora, a nossa relação com o vestuário é completamente diferente do que era no passado. Temos menos vida pública e mais vida privada. Com a pandemia, criamos uma relação diferente com o nosso corpo, para cuidarmos dele e protegê-lo.  E, a relação com o vestuário, é mais privada e mais íntima. Vivemos num momento de distanciamento social que pode ser deprimente. Portanto, as pessoas precisam da moda para dialogarem consigo próprias para se sentirem melhor", argumentou a costureira da Dior.
 
Embora mergulhada em referências históricas, a Dior manteve a posição contemporânea, transmitindo o desfile ao vivo e, numa estreia inteligente, apresentou também via TikTok este seu espetáculo da catedral reinventada ao vivo.
 
"Estamos muito felizes por mostrar a nossa última coleção em Paris, em solidariedade com as outras marcas que também participam na famosa Semana da Moda da cidade, um evento que tem desempenhado um papel fundamental na história da nossa casa, desde que Monsieur Dior revelou o seu revolucionário New Look em 1947. Infelizmente, devido à situação atual, menos pessoas estão em condições de viajarem e o acesso ao espetáculo será adicionalmente restrito. Por isso, estamos encantados por colaborar com o aplicativo TikTok para a transmissão em direto deste evento único, que nos permitirá ligar as pessoas e atingir futuros públicos da moda que poderão experimentar o espetáculo, em primeira mão, a partir do conforto da sua própria casa", explicou o CEO da Dior, Pietro Beccari.
 

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