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Portugal Textil
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3 de jan. de 2018
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A inovação fiada pela Inovafil

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Portugal Textil
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3 de jan. de 2018

Numa parceria profícua com o Centro de Ciência e Tecnologia Têxtil (2C2T) da Universidade do Minho, a Inovafil criou um núcleo de I&D e está envolvida em diversos projetos de desenvolvimento de novos produtos, a solo e em parceria.


O nome apresenta, desde logo, um dos objetivos da empresa e, por isso, a inovação fez sempre parte do core business da Inovafil. «A Inovafil é uma empresa que, no seu ADN, tem que ter a inovação sempre presente, pelo que faz todo o sentido estarmos ligados às universidades e aos centros tecnológicos», afirma o CEO Rui Martins um artigo publicado na edição de novembro do Jornal Têxtil.

A Universidade do Minho tornou-se, por isso, parceira natural, até porque Rui Martins é, ele próprio, um “filho da casa”. «Começamos a falar, a fazer alguns contactos e a apresentar alguns projetos em comum, quer com a plataforma Fibrenamics, quer com o 2C2T», conta.

Um dos mais recentes desenvolvimentos desta parceria é o Nidyarn, um projeto de copromoção, apoiado pelo Portugal 2020, que consiste na criação, dentro da Inovafil, de um núcleo de investigação e desenvolvimento para fios funcionais de elevado desempenho. O projeto, com um investimento elegível de cerca de 480 mil euros, decorre desde 1 de julho de 2016 até 30 de junho de 2019 e, embora durante este prazo, tenha objetivos delineados – como a estruturação de, pelo menos, cinco projetos de I&D –, a meta é mais vasta, geral e pensada no longo prazo.

«O que é importante é que seja um núcleo que tenha uma ligação com a Universidade do Minho tão forte e tão proveitosa para ambas as partes que perdure além da vigência do projeto», admite o CEO da Inovafil. «É fundamental que o Nidyarn seja algo estruturado, quer seja da Universidade do Minho para cá, que precise da Inovafil para desenvolver e para estudar, quer para lá, que a Inovafil disponha sempre da Universidade do Minho para tudo aquilo que pretende», elucida.

Para já, o Nidyarn tem estado na base de alguns desenvolvimentos que a produtora de fios vai apresentar na feira de desporto Ispo Munich, em janeiro de 2018, como é o caso de um fio de mistura – que inclui uma fibra com carbono recoberta – que absorve os raios solares e gera calor. «E como não há Techtextil para o ano, vamos ter um ano de preparação para o futuro, que vai andar à volta das nanopartículas e das nanofibras. O nosso objetivo é começarmos a desenvolver essa área», revela Rui Martins. «Estamos a estudar com o 2C2T – e precisamos muito da ajuda deles – essa parte das nanofibras e de nanotecnologia de funcionalização de fibras. Estamos a tratar do futuro com eles», adianta.

No portefólio, a fiação conta já com produtos inovadores, resultado de parcerias com entidades como a alemã Smartpolymer, nomeadamente a Cell Solution Clima, para regulação da temperatura, a Cell Solution Skin Care, com vitamina E, e a Cell Solution Protection, com proteção contra insetos, e, mais recentemente, a licença para produzir fios de alta performance com Drirelease.

Além do núcleo de investigação e dos projetos individuais, a Inovafil, que deverá crescer a dois dígitos em 2017, para cerca de 18 milhões de euros de volume de negócios, tem igualmente colaborado com o 2C2T noutras áreas de investigação, como é o caso do Terry Advance, um projeto promovido pela Mundotêxtil com coordenação da TecMinho e que tem como alvo o desenvolvimento de uma nova geração de estruturas de tecidos de felpos customizados.

«Fomos chamados a colaborar pela plataforma Fibrenamics, que precisava de inputs. Eles tinham uma ideia, sabiam que iam fazer uma toalha com funcionalidades, como secagem mais rápida, e chamaram especialistas na área dos fios, que somos nós. Fizemos os protótipos e agora estamos a fazer as amostras», explica Rui Martins, acrescentando que «o que nós queremos é parcerias. Queremos que uma empresa tenha um projeto e quando tiver uma dificuldade e precisar de alguém desta área, que nos chame. Esse reconhecimento já é bom. Isso é inovação, é estar na linha da frente».

«Parece-nos que é um caminho quase único para nós, porque o projeto nasceu com essa lógica e tem que trilhar esse caminho, senão nem teria nascido. Se não fosse para ser isto, não fazia sequer sentido ter feito uma fiação», revela o CEO da Inovafil ao Jornal Têxtil.

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