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Portugal Textil
Publicado em
15 de dez. de 2021
Tempo de leitura
4 Minutos
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A outra vida dos têxteis

Por
Portugal Textil
Publicado em
15 de dez. de 2021

Nos próximos anos, a indústria têxtil e vestuário terá de responder ao desafio de dar nova vida ao desperdício e aos produtos em fim de ciclo, para cumprir a legislação e acomodar as crescentes exigências de sustentabilidade dos consumidores.



O estudo “Os têxteis na economia circular da Europa” publicado pela Agência Europeia do Ambiente, indica que, em 2017, a União Europeia tinha um consumo médio anual per capita de 26 quilos de têxteis, produzindo 7,4 quilos por pessoa e importando os restantes, sobretudo produtos acabados, da Ásia. Mais relevante, cada consumidor da UE deitava fora cerca de 11 quilos de têxteis por ano, sendo parte exportado para mercados em desenvolvimento da Europa de Leste, Ásia e África.

Os dados da Euratex, a confederação europeia de têxteis e vestuário, mostram um aumento do consumo, referindo que a UE produziu aproximadamente 5,8 milhões de toneladas de têxteis e importou cerca de 6,5 milhões de toneladas em 2019. Tendo em conta que exportou cerca de 1,6 milhões de toneladas, o consumo aparente pode ser estimado em cerca de 10,7 milhões de toneladas, ou 24 quilos per capita. Mais grave, «apenas cerca de 2,8 milhões de toneladas de têxteis foram recolhidos na Europa, enquanto mais de 4 milhões de toneladas desapareceram em incineradores ou aterros juntamente com outros resíduos», aponta a Euratex.

Esta realidade deverá mudar definitivamente a partir de 2025, devido à legislação europeia que prevê a recolha seletiva de têxteis em todos os estados-membros até essa data e a proibição de enviar têxteis para aterro ou para incineração, estando atualmente em construção a estratégia europeia para os têxteis, que entre outros fatores estará centrada na reutilização e reciclagem de têxteis pós-consumo.

A Euratex antecipa que em menos de quatro anos, os resíduos têxteis recolhidos separadamente podem totalizar 4,2 a 5,5 milhões de toneladas, propondo a criação de cinco centros de reciclagem distribuídos pela Europa – nomeadamente na Bélgica, Finlândia, Alemanha, Itália e Espanha – para transformar «o problema dos resíduos têxteis numa oportunidade», como refere em comunicado.

Mercado dos reciclados em crescimento



Este deverá ser mais um fator a contribuir para o crescimento do mercado mundial de têxteis reciclados, que de acordo com o estudo “Recycled Textile Market by Type and End-User Industry: Global Opportunity Analysis and Industry Forecast, 2019-2026”, da Allied Market Research, estava avaliado em 5,3 mil milhões de dólares em 2018 e deverá atingir os 8 mil milhões de dólares em 2026.

Segundo esta análise, o mercado mundial de têxteis reciclados está consolidado por natureza. Muitas empresas estão a focar-se na redução das emissões de carbono através da reciclagem de tecidos velhos e desperdícios de tecidos e materiais, provenientes essencialmente de fontes como vestuário, pneus, alcatifas, mobiliário, calçado e têxteis-lar, entre outras. O aumento nas atividades de reciclagem deste tipo de empresas deverá alimentar o crescimento do mercado. Além disso, refere o estudo, «o aumento na procura por parte de diversos sectores de utilização final, como vestuário, tecidos e indústria automóvel, está também a alavancar o crescimento do mercado».

Especificamente no Velho Continente, de acordo com um estudo da CBI sobre o potencial do mercado europeu para a moda reciclada, Itália era o país que mais resíduos têxteis gerava em 2014, num total de 439,2 mil toneladas, seguido da Alemanha (343,8 mil toneladas), Reino Unido (281,2 mil toneladas), Polónia (262,1 mil toneladas) e Bélgica (181,3 mil toneladas).

Na lista da CBI, Portugal surge na 10.ª posição, com 75,5 mil toneladas. Mas o país destaca-se sobretudo por ter reduzido drasticamente os resíduos. Os números revelados pela CBI, que têm por base os dados do Eurostat, mostram que em 2004, os resíduos têxteis em Portugal ascendiam a 963.600 toneladas, evidenciando, desta forma, uma redução média anual na ordem dos 22,5% até 2014.

Empresas portuguesas atentas



As empresas portuguesas têm estado empenhadas em introduzir artigos reciclados na sua oferta e em usar os desperdícios têxteis, sobretudo pré-consumo, a seu favor.

A Penteadora tem aproveitado o desperdício das fiações do grupo Paulo Oliveira, a que pertence, para a linha Reborn, onde integra estes desperdícios na produção de tecidos, e a Paulo Oliveira tem mesmo a linha Oliveira Green, que usa poliéster reciclado e matérias-primas mais sustentáveis, como a lã, que pode ser reciclada. «A Oliveira Green é uma sequência lógica do que temos feito em termos de sustentabilidade dos processos produtivos e também uma resposta ao mercado, pois temos clientes que só querem produtos sustentáveis», justifica o administrador da empresa, Paulo Augusto Oliveira.

A Têxtil António Falcão, por seu lado, lançou o rótulo Ecofibers by Fitexar que assegura que os fios usados são obtidos a partir de fibras de materiais reciclados, a JF Almeida tem o fio 360 JFA, produzido a partir dos desperdícios da sua tecelagem, e A. Sampaio e a Lemar, por exemplo, usam os fios Seaqual – produzidos a partir de plásticos recolhidos na costa de Barcelona – na produção de malhas e tecidos, respetivamente.

Já a Lameirinho apresentou, na Heimtextil de 2020, o Ecolam, «um projeto direcionado para a sustentabilidade em que recuperamos o nosso próprio desperdício e o reintegramos no processo industrial», como descreveu Paulo Coelho Lima, CEO da empresa.

A reciclagem têxtil, contudo, não se apresenta sem desafios, sobretudo no pós-consumo, e há várias empresas e projetos, internacionais e nacionais, a procurarem soluções e alternativas que permitam dar uma vida nova a têxteis velhos.

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