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ABG configura nova organização da Reebok a nível mundial
A Reebok versão Authentic Brands Group começa a ganhar forma. O grupo americano, que se tornou há algumas temporadas um dos gigantes da moda e do lifestyle do outro lado do Atlântico, irá finalizar a aquisição da marca de origem inglesa à Adidas durante o primeiro trimestre de 2022.
Nas últimas temporadas, o grupo fundado em 2010 por Jamie Salter, especialista em marketing que concede licenças de produção e distribuição para as suas marcas nos diferentes mercados, formou um portefólio impressionante adquirindo diretamente ou com parceiros marcas como Forever 21, Volcom, Brooks Brother ou Nautica. Mas, com a aquisição da Reebok por 2,1 mil milhões de euros, a estrutura desferiu um grande golpe.
A forma como a marca com sede em Boston será relançada desperta inevitavelmente grande interesse após 15 anos no universo da gigante alemã do desporto. E o ABG avança faz as suas jogadas para dar a conhecer as suas ambições. Nesta segunda-feira, 20 de dezembro, o grupo anunciou ter assinado um acordo com o grupo JD para garantir a distribuição nas suas cerca de 2850 lojas na Europa, mas também nos Estados Unidos, através das marcas JD, Finish Line, DTLR, Shoe Palace, Size?, Sprinter e SportZone. Um acordo que abrange tanto as coleções de sneakers como de têxtil, que não é exclusivo, mas que marca as ambições da Reebok de ser considerada um player a ter em conta face à Nike, Adidas, Puma e New Balance.
Peter Cowgill, presidente executivo do grupo JD, disse: “A Reebok é uma marca de lifestyle emblemática a nível mundial com forte ressonância em todos os canais JD e estamos muito satisfeitos com a parceria com o ABG para apresentar os novos e empolgantes produtos aos nossos clientes históricos e ao crescente público da Geração Z. A Reebok encaixa-se perfeitamente nos nossos verticais de estilo de vida ativo e esperamos maximizar o potencial da Reebok com base na incrível herança da marca."
A concretização deste acordo será visível para o próximo outono-inverno. A JD terá assim acesso aos produtos desenvolvidos pelo Reebok Design Group, apoiado pela estrutura SPARC (Simon Properties Authentic Retail Concepts), fundado no ano passado pelo ABG em associação com o especialista americano em distribuição Simon Properties. Esta estrutura terá como objetivo o apoio da construção de estratégias de marca, desenho técnico, distribuição especializada e marketing, enquanto supervisiona questões de sourcing, fabrico e distribuição, seja física ou digital.
A estrutura já opera para várias marcas do grupo como Nautica, Aeropostale, Lucky Brand, Forever 21, Eddie Bauer ou Brooks Brothers.
É nesta estrutura que o ABG se apoia para dar início ao seu Reebok Design Group (RDG), que irá garantir a conceção de produtos para todo o mundo. O novo proprietário parece querer manter a identidade da marca, não apenas mantendo a histórica sede americana em Boston, mas também mantendo a sua confiança em Matt O'Toole, presidente da marca. Todd Krinsky, vice-presidente de produto, também permanecerá no cargo.
“Preservar e nutrir o ritmo cardíaco da marca e o seu ADN incomparável”
“A Reebok é a aquisição mais monumental da história do ABG”, declarou Jamie Salter, fundador e CEO do ABG. "Devido ao alcance da atividade da Reebok em todo o mundo, um elemento essencial da estratégia foi manter o foco da marca, que apoia uma rede mundial de parceiros para preservar e nutrir o ritmo cardíaco da marca e o seu ADN incomparável. Começando com a SPARC para os Estados Unidos, estamos a constituir uma rede de parceiros operacionais estratégicos no mundo inteiro que estão comprometidos em apoiar a inovação, a integridade e os valores da marca. Estamos muito satisfeitos com a experiência que o RDG continuará a trazer para o futuro da Reebok."
A SPARC assumirá igualmente a distribuição da Reebok nos Estados Unidos no início de 2022. Paralelamente, o ABG anunciou ter encontrado parceiros para desenvolver a Reebok em diversas regiões do mundo.
Este irá, assim, trabalhar com o The Falic Group para a América Latina, excluindo México, Brasil e Argentina, o Accent Group Limited para Austrália e Nova Zelândia, o MGS, parceiro histórico da Reebok para Israel, mas também a Aditya Birla Fashion and Retail Limited (ABFRL), que já trabalha com a Forever21, para se expandir para a Índia e países do Sudeste Asiático.
O grupo tem que lidar com a presença de filiais já estabelecidas em determinados mercados ou parceiros de longa data. Dentro de alguns meses, deverá encontrar as melhores opções para a marca manter uma presença internacional. Por enquanto, o ABG não revelou a organização que a Reebok irá instalar em 2022 na Europa, sabendo que as equipas da marca ainda estão unidas com as da Adidas em alguns países nos quais as operações foram agrupadas.
Em 2020, de acordo com os resultados publicados pelo grupo Adidas, a Reebok alcançou um volume de negócios de 1,4 mil milhões de euros para uma margem bruta de 44,8% e um prejuízo operacional líquido de 38 milhões. O ABG terá como desafio reimplantar uma marca cujo epicentro era europeu. No ano passado, a Reebok realizou 636 milhões de vendas na Europa, Médio Oriente e África, 397 milhões na América do Norte, 86 na China, 162 no restante da Ásia-Pacífico e 125 milhões na América Latina.
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