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Portugal Textil
Publicado em
21 de jan. de 2020
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ANIVEC conversa sobre a indústria

Por
Portugal Textil
Publicado em
21 de jan. de 2020

Para todos os atores das indústrias de vestuário e de calçado nacional, os desafios da internacionalização, crescimento e sucessão não são novidade. O CENIT e a ANIVEC, em parceria com a APICCAPS e a Vallis, juntaram empresários e associações para debater o papel do private equity nestas temáticas.



«Esta é uma conversa de amigos». Foi assim que César Araújo, presidente da ANIVEC – Associação Nacional das Indústrias de Vestuário e Confeção deu início ao debate que se prolongou pelo final da tarde do dia 16 de janeiro, na sede da associação. Numa iniciativa que contou também com a participação da APICCAPS – Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos e da Vallis Capital Partners e vários empresários juntaram-se para discutir o papel do private equity no crescimento, internacionalização e sucessão de modelos de negócio na indústria portuguesa.

Entrar em 2020 com o pé direito significa discutir os assuntos que causam um maior constrangimento à participação lusa no mercado internacional e encontrar soluções para dar resposta às dificuldades. Sob este pressuposto, o privaty equity parece exercer um papel decisivo na tendência do desenvolvimento futuro. «Precisamos de recursos financeiros para poder fazer frente a este desafio global. E, por outro lado, necessitamos de competência na gestão e na sucessão, dado que as nossas empresas são quase todas de cariz familiar. Para estes desafios, o financiamento e a capitalização são fundamentais», assegurou César Araújo.

Ana Teresa Lehmann, moderadora do debate e ex-secretária de Estado da indústria, realçou três desafios da moda «profundamente interligados»: mudanças ao nível do consumidor, digitalização e sustentabilidade. A ex-governante argumentou que na sociedade atual, «mais do que nunca, o consumidor é rei» e o «empresário é um herói, porque está a ser pressionado por todos os lados». A «customização para as massas» começa a tornar-se a tendência mais relevante para um grupo de consumidores que procura «produtos quase exclusivos, mas não quer pagar nem mais um cêntimo por eles», garantiu.

Já do ponto de vista do empresário, a digitalização pode ser a resposta à inflação de custos que esta procura implica, ao mesmo tempo que contribui para «combater melhor as alterações climáticas», um dos temas mais falados dos últimos anos. Por outro lado, a digitalização traz «muitas oportunidades para aumentar a produtividade, criar valor e colocar os trabalhadores noutros patamares de melhor qualidade laboral», afirmou. Contudo, sublinhou que «isto exige um investimento em formação incrível, que devia ser prioridade para o país de uma forma muito prática».

Deste modo, Ana Teresa Lehmann acredita que «hoje em dia, com as economias de plataforma, a digitalização e o acesso a mercados mais baratos, há um leque de possibilidades, para chegar ao consumidor, muito distinto do passado – para melhor». E este percurso exige a adaptação de Portugal às condições de mercado para crescer e expandir-se internacionalmente, que pode passar pela contribuição do capital de risco. «É importante criar instrumentos financeiros que permitam que as nossas empresas ganhem músculo e capacidade para intervir no exterior», destacou César Araújo.

Para discutir o tema proposto, a organização, a cargo do CENIT e da ANIVEC, convidou Luís Palma da Graça, founding partner e diretor de desenvolvimento da Vallis Capital Partners, Eduardo Rocha, founding partner, presidente e CEO da mesma entidade e Manuel Carlos, presidente-executivo da APICCAPS.

PME’s dominam Portugal

Um dos problemas que se coloca à internacionalização da indústria portuguesa é a dimensão das empresas. Ana Teresa Lehmann referiu que 99,9% do sector têxtil, do vestuário e do calçado é constituído por pequenas ou médias empresas, das quais 93,6% são microempresas e apenas 0,5% são classificadas enquanto médias.

«Não acredito que possamos competir em escala, meramente, porque somos muito pequenos. Temos que, de facto, subir na cadeia de valor para cobrarmos mais pelos nossos produtos», revelou.

Já Manuel Carlos explicou que «a dimensão média das empresas portuguesas é de 10 trabalhadores por empresa» – «o calçado tem 22» e o sector «do vestuário tem pouco menos». Deste modo, o presidente-executivo da APICCAPS considera que o «problema de dimensão» nacional gera «alguma desconfiança relativamente à entrada de um parceiro [de capital de risco]».

A palavra-chave da solução é, na sua perspetiva, «pedagogia». Ou seja, tornar as empresas mais proativas, investindo em mais projetos e iniciativas que a credibilizem e atraiam parceiros de investimento. «O facto de uma empresa ter um parceiro de capital de risco credibiliza-a», porque «tem um projeto ambicioso, a longo prazo», esclareceu.

Por sua vez, César Araújo aliou a pedagogia à comunicação. Apesar das desvantagens, a dimensão da indústria portuguesa traz alguns benefícios ao crescimento, se «este ecossistema se interligar». «É este o nosso caminho: partilhar, trabalhar em conjunto, dar o salto da excelência», apontou.

Liderança no capital

Enquanto diretor de desenvolvimento da Vallis Capital Partners, Luís Palma da Graça reconheceu que «gostamos de dizer que somos parceiros de capital dos empresários», já que assumimos o papel de «acelerador de crescimento e valorização das boas empresas». Neste sentido, Palma da Graça ofereceu uma lista de algumas motivações que podem fomentar uma parceria com a sociedade gestora de fundos independente: «novo investimento, projetos de industrialização, robustez no seu balanço, profissionalizar a gestão», «o tema da sucessão, reorganização acionista ou liquidez acionista».

Apesar da gestão «muito particular» das empresas portuguesas, como admitiu um membro do público, Eduardo Rocha confessou que «cada caso é um caso, tem de ser visto com cuidado, não se pode generalizar, mas entendemos que o fator-chave de sucesso é preparar bem, leia-se antecipadamente, a sucessão». Contudo, «uma private equity não pode viver com uma empresa onde as contas não traduzem a realidade económica», alertou.

Por outro lado, o presidente da Vallis Capital Partners realçou que «somos atuantes, mas enquanto gestores não-executivos», porém «somos muito interventivos». No fundo, a sociedade assume-se como «um complemento da gestão disciplinador», porque «retiramos alguns graus de liberdade à gestão executiva», elucidou.

Neste sentido, «uma indústria altamente verticalizada como a têxtil só teria a ganhar com um modelo colaborativo que percorresse toda a cadeia de valor», afiançou Eduardo Rocha. No entanto, o «capital implica uma liderança» de uma equipa executiva. «E é aí que nós temos dificuldade, porque não conseguimos encontrar uma equipa nos sectores que preencha esses requisitos», asseverou.

A ANIVEC deu, então, por terminado o debate, com a promessa de que este tipo de iniciativas se iria voltar a repetir. «Enquanto presidente da indústria do vestuário, vou transformar esta indústria, que já é excelente, no exemplo da moda na Europa e no mundo», concluiu César Araújo.

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