AFP
5 de nov. de 2014
Ação de Galliano contra Dior é indeferida pela justiça do trabalho de Paris
AFP
5 de nov. de 2014
A justiça do trabalho de Paris rejeitou, na passada terça-feira (4), a ação do costureiro John Galliano, que contestava a sua dispensa em 2011 pela Dior, depois de ofensas antissemitas, e o condenou a pagar um valor simbólico de um euro para o seu antigo empregador.
O requerimento do criador britânico de 54 anos dizia respeito a mais de 10 milhões de euros, de acordo com o advogado da empresa Christian Dior, Jean Néret.
O costureiro foi também condenado a pagar um valor simbólico de um euro à empresa que leva o seu nome, a John Galliano S.A, filial da Dior, que também o havia demitido.
A advogada de John Galliano, Chantal Giraud-Van Gaver, expressou a sua “imensa decepção” e apontou à AFP que ela ia aconselhar o seu cliente a recorrer da decisão.
O costureiro britânico pedia a anulação da sua demissão pela Dior em março de 2011, o que provocaria o pagamento retroativo dos seus salários, se ele tivesse continuado a trabalhar, ou seja, mais de 10 milhões de euros, segundo Jean Néret. John Galliano trabalhou durante 15 anos para a casa de moda Dior, de 1996 a 2011.
“Nós o demitimos por causa de uma falta grave, caracterizada, e a justiça do trabalho, ao indeferir sua solicitação, nos trouxe conforto, por estarmos bem fundamentados em nossa decisão”, apontou o advogado à AFP.
“Falamos que o tínhamos demitido por uma falta grave (...) levando-se em conta a enormidade dos propósitos que eles haviam defendido em público e com conhecimento de causa”, declarou o advogado Jean Néret.
Por sua vez, a defesa de John Galliano tentava valorizar “que, em fim, as coisas aconteceram porque a Dior não levou em consideração o estado de saúde (do costureiro), que se degradou amplamente com a carga de trabalho que só se tornou mais pesada”.
John Galliano foi condenado pelo tribunal correcional de Paris em setembro de 2011 a uma coima de 6.000 euros, com suspensão da pena por ofensas antissemitas, proferidas em estado de embriaguês, num bar parisiense em dois incidentes distintos.
Depois da travessia de três anos e meio feita pelo deserto, o seu retorno ao mundo da moda foi anunciado no último dia 6 de outubro, com a sua nomeação para diretor criativo da Maison Martin Margiela, grife para a qual ele desenhará todas as coleções, do pronto-a-vestir e alta-costura. Ele vai apresentar o seu primeiro desfile em janeiro de 2015.
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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