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Helena OSORIO
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30 de jun. de 2020
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Adidas e Puma juntam-se a boicote publicitário do Facebook pelo discurso do ódio

Por
AFP
Traduzido por
Helena OSORIO
Publicado em
30 de jun. de 2020

Mais de 160 empresas decidiram suspender publicidade nas redes sociais. O Facebook perdeu publicidade de marcas como a Coca-Cola, Honda e Levi's, entre outras, e já anunciou que vai tomar medidas adicionais para combater o discurso de ódio de cuja permissão é acusado. Entretanto, o valor da empresa entrou em colapso.


Instagram @cocacola


Os fabricantes alemães de roupa desportiva Adidas e Puma informaram, terça-feira (30 de junho), que se juntariam ao crescente boicote dos anunciantes por causa do discurso de ódio contra o Facebook e Instagram, em julho. Na sequência das queixas de grandes empresas de consumo, como a Coca-Cola e Levi's.

"A Puma vai juntar-se à campanha #StopHateForProfit, durante todo o mês de julho", disse uma porta-voz à AFP, citando uma hashtag dos meios de comunicação social organizada por ativistas de justiça social, retomada por algumas das empresas.


Instagram @adidasoriginals


A marca Puma "faz parte de um esforço global para criar mudanças positivas e melhorias na plataforma do Facebook ao exigir a eliminação de conversas imprecisas, hostis e nocivas", acrescentou.

Embora não tenha feito referência ao hashtag, um porta-voz da Adidas, rival da Puma, disse que a empresa "fortalecerá critérios para desenvolver e manter um ambiente cosmopolita e seguro que se aplicará a nós próprios e aos nossos parceiros", durante uma pausa publicitária no Facebook que abrange, também, a subsidiária americana Reebok.

"O racismo, a discriminação e os comentários odiosos não deveriam ter lugar nem na nossa empresa nem na nossa sociedade", acrescentou.

As ações do Facebook recuperaram, segunda-feira (29), alguns dos 50 mil milhões de dólares em valor de mercado que tinham perdido quando o boicote acelerou em final de junho, na semana passada.


Instagram @levis


Cerca de 200 empresas, incluindo gigantes como a Starbucks e a Unilever, seguiram o apelo de grupos de direitos civis, como a NAACP e a Liga Anti-Difamação (ADL), para encenar o boicote de julho.

O movimento contra o discurso de ódio online ganhou força, após a morte de George Floyd, a 25 de maio, sufocado às mãos de um polícia caucasiano em Minneapolis.

Na sexta-feira (26), o Facebook informou que proibiria uma "categoria mais ampla de conteúdos de ódio" em anúncios e acrescentaria etiquetas a mensagens que são "dignas de notícia", mas violam as regras da plataforma - seguindo o exemplo do Twitter, que utilizou tais etiquetas em tweets do presidente dos EUA, Donald Trump.

Mas, os especialistas, destacaram a enorme base de anunciantes da rede social de pequenas e médias empresas que perseguem mais de 2,6 mil milhões de utilizadores em todo o mundo, limitando potencialmente o impacto de boicotes de grandes nomes.


Instagram @puma


A própria Adidas tem estado na mira do movimento global anti-discriminação.

No início deste mês, a marca rejeitou as alegações dos empregados de que não estava a fazer o suficiente para combater o racismo, depois de o seu chefe de recursos humanos no ano passado ter descrito tais queixas como, "ruído", apenas discutido nos EUA.
 

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