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Adolfo Domínguez reduz perdas em 52% e propõe novo CEO
A empresa têxtil espanhola Adolfo Domínguez perdeu 9,3 milhões de euros no exercício 2021-2022 (de 1 de março a 28 de fevereiro), o que representa menos 52% do que as perdas do exercício anterior. No entanto, no segundo semestre do ano fiscal, após o verão, a empresa obteve um Ebitda positivo de 6 milhões e um lucro líquido de 1,5 milhões.
O exercício foi marcado pelos números do primeiro semestre, sobrecarregados pelos efeitos da pandemia de Covid-19. No entanto, no segundo semestre do exercício, houve uma “recuperação da atividade”, embora com algum impacto da variante Ómicron no último trimestre.
Por seu lado, o volume de vendas ascendeu a 92 milhões de euros, mais 39,5% do que no ano anterior, quando este valor foi de 66 milhões. Como chaves do exercício, Antonio Puente, diretor-geral da empresa, destacou três: uma evolução positiva das vendas, tanto online como em loja, melhoria da margem bruta das vendas para 56,10%, “melhor que em 2019, e implicando menor dependência de promoções”, e maior eficiência nos gastos.
As vendas comparáveis do último exercício melhoraram 43,4% face ao ano anterior e, por sua vez, o canal online representou 13 milhões de euros em faturação, valor em linha com o exercício 2020-2021.
No que diz respeito à rede comercial, a empresa encerrou o exercício passado em fevereiro com 348 lojas (mais seis do que um ano antes) e presença em 19 mercados.
Antonio Puente proposto para CEO
Na apresentação dos resultados do exercício 2021-2022, a presidente da empresa galega, Adriana Domínguez, anunciou mudanças no conselho de administração. Assim, foi proposta à Assembleia Geral de Acionistas a entrada de Antonio Puente como diretor executivo e CEO, cargo que era ocupado pela própria presidente executiva.
Adriana Domínguez sublinhou: “Somos os dois diretores, eu sou diretora executiva e estamos a propor o Antonio. Sou presidente executiva e continuarei no mesmo cargo que tenho, com as mesmas funções. Continuaremos a trabalhar como antes, mas Antonio terá uma novidade: irá juntar-se ao conselho de administração e será CEO, o que lhe dará a oportunidade de defender o projeto para os próximos anos com voz e voto."
A diretora continuará como presidente do grupo, mas focada na estratégia e no futuro da empresa, enquanto Puente liderará o quotidiano da empresa.
Além das mudanças corporativas, a presidente destacou na sua aparição as linhas estratégicas nas quais a Adolfo Domínguez tem vindo a trabalhar nos últimos anos, especialmente no último exercício. Destacou o novo conceito comercial apresentado pela empresa em Ourense, que foca o seu design de interiores em colaborações com artesãos e artistas locais; um projeto de inovação em loja, que passa pela compra personalizada e que a marca planeia escalar em breve, e os seus avanços em matéria de sustentabilidade.
Neste sentido, Domínguez detalhou o plano da empresa para aproximar a sua produção: “Aproximadamente 20% da produção foi trazida para perto, para Portugal, Espanha, Turquia e Marrocos, e 26% da coleção já conta com certificados de sustentabilidade.”
Em relação à conjuntura global, de inflação e aumento dos custos da energia e dos transporte, os diretores descartaram, pelo menos por enquanto, aumentos de preços. "Temos outras alavancas que ainda podemos acionar, como o volume de produção para fornecedores." Em relação à guerra na Ucrânia, comentaram que a empresa galega não tem presença no país, embora operasse na Rússia no canal multimarca. Atualmente, insistem, não são feitos envios para o país, "o que representa uma percentagem muito pequena das vendas".
Com México e Japão como segundo e terceiro mercados atrás da Espanha, a Adolfo Domínguez destacou a sua intenção de continuar a ganhar peso no mercado internacional. Nas palavras de Antonio Puente: "Mas, queremos crescer não só pela expansão, mas também pela rentabilidade. O foco não está só em sermos maiores, mas em tornarmos as nossas lojas mais produtivas."
A empresa celebra o seu 25.º aniversário como empresa cotada em bolsa, o que a impede de apresentar os números de vendas previstos para o exercício de 2022-2023. Ainda assim, a sua presidente avaliou: “Estamos esperançosos, pode ser o ano da recuperação.”
A Adolfo Domínguez comemora também os 40 anos do seu icónico slogan “A ruga é bela”, que marca, pelo menos emocionalmente, a estratégia a seguir pela empresa têxtil.
A presidente da empresa conclui: "Queremos recuperar o que a Adolfo Domínguez foi nos anos 80, quando vestiu La Transición [NR: período de transição em que Espanha transformou o regime ditatorial de Francisco Franco numa democracia constitucional]. Com essa ideia de que 'A ruga é bela’ como pano de fundo, procuramos realocar o que é a beleza. Uma definição cada vez mais fluida, e os nossos últimos desfiles têm sido um exemplo desses valores que habitamos.”
Eva Gracia com EFE
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