
Helena OSORIO
21 de mar. de 2022
Alexandra Moura lança convite à reflexão "Home Sweet Home" no último dia do Portugal Fashion

Helena OSORIO
21 de mar. de 2022
No último dia do Portugal Fashion, Alexandra Moura trouxe a sua ideia de "Home Sweet Home" (Lar doce lar), que é o mote da sua nova coleção, que já foi apresentada no início deste ano na Milano Fashion Week. Trata-se de um convite à reflexão da palavra “casa”, por parte da designer de moda que se inspira em objetos do quotidiano para criar silhuetas, levando-nos a explorar o que também nos torna únicos.

Trata-se assim de uma reflexão pós-pandemia sobre como podemos trazer a casa para a rua, passando a croquis as sensações que a própria Alexandra Moura sentiu durante as fases de isolamento e materializando depois os desenhos na sua coleção de outono-inverno 2022/2023 primeiramente apresentada em Milão, com sucesso.
E numa altura em que já em Milão aconteciam protestos contra a invasão russa da Ucrânia e nos desfiles os convidados exibiam apelos como "Fechem o céu. Não à guerra". Incrivelmente, essa mesma guerra agravou para um estado vergonhoso e o céu ainda não se fechou. E a evocação à casa na obra de Moura continua a ser pertinente.
Almofadas parecem transformar-se em sacos, mantas viram camisolas; e sempre a presença do conforto elevado a conforto nos tamanhos, nos volumes, nas matérias-primas. Como uma lição aprendida durante a pandemia entre o urbano, clássico e retro, que ganha força no Portugal Fashion.

“É a casa que nós quisermos, pode estar na nossa cabeça, no nosso coração, pode ser a casa de um amigo, de um familiar, o nosso local de trabalho, a nossa rua. É basicamente onde nos sentimos bem e confortáveis, é esse o verdadeiro lar”, explicou Alexandra Moura, aos jornalistas.
Bombers, sweats e chinelos de lã remetem para cobertores antigos; camisas e calças com folhos, drapeados e estampados em capitonné que lembram sofás e edredons; camisolas de gola alta justas e vestidos com padrões florais com naperons de fundo, remetendo ao ambiente da casa dos avós. E quando nos tiram a casa, como é? Esta é agora a reflexão do momento.
“Depois de termos saído de uma pandemia, que não me custou nada porque gosto de estar em casa e de estar virada para dentro, seja na rua ou dentro do autocarro, curiosamente tive saudades da casa física quando comecei esta normalidade. Com esta coleção tentei trazer esta ideia de conforto para a rua”, releva a designer, alargando o conceito ao universo onde se move e onde nos movemos.
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