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Portugal Textil
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8 de mar. de 2021
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Alexandra Moura regressa aos anos 90

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Portugal Textil
Publicado em
8 de mar. de 2021

Subversão deu o mote às propostas para o outono-inverno 2021/2022 que a designer portuguesa mostrou na Semana de Moda de Milão. O processo de criação e desconstrução de uma peça de vestuário são omnipresentes na coleção, inspirada na altura em que Alexandra Moura estudava design de moda no IADE.


©Portugal Fashion


Num formato digital, o vídeo, com conceito de Rui Aguiar e Pedro Carvalhinho, é quase um making-off da ideia convencional de um vídeo de moda, com indicações para o posicionamento dos manequins, mas também com apelos à quebra das regras e a uma imagem própria e única.

As costuras do avesso e as sobreposições – tal como acontecia nos seus sketches enquanto estudante, que foram revisitados para esta coleção – conjugam-se com o novo padrão da designer, lançado com a coleção para a primavera-verão 2021, numa história que, promete o final do filme, ainda não acabou.

«Uma mistura de estilos e géneros onde a música e a cena underground prospera. A rebeldia desta década desconstrói as peças de vestuário. Pondo-as ao contrário, do avesso, bainhas, costuras e corta-e-cose são mostrados propositadamente. Reajustes feitos à mão deixam alguns toques de inacabado que são habituais no ADN da marca ao longo das coleções», descreve a marca da designer no seu Instagram.

Exercícios de construção e desconstrução, combinações de oversized com peças mais justas, feitas em materiais acetinados e vinílicos, em tons que conjugam cores vivas e ácidas com outras mais subtis são os elementos presentes, que traduzem o espírito da marca Alexandra Moura e as vivências da designer, no caso remetendo para a primeira metade dos anos 90, enquanto estudante de design de moda. «Já é um processo meu, desde sempre, virar-me para dentro», confessou Alexandra Moura, em entrevista ao Jornal Têxtil, publicada na edição de dezembro de 2020.

Apesar das dificuldades impostas pela pandemia, que «afetou todos e obviamente que todos tivemos quebras de vendas», a designer mostrou-se otimista e resiliente quanto ao futuro. «Mas, não sei se é por sermos marcas mais pequenas e muito resilientes e habituadas a muitas adversidades, e também ao facto de vivermos em Portugal, que nos faz ultrapassar os obstáculos. É mais um momento anormal nas nossas vidas, então vamos ultrapassá-lo», resumiu.

Os objetivos de Alexandra Moura, que tem diversas parcerias com a indústria no currículo, nomeadamente com a Sanjo e a Decenio, passam por continuar fazer crescer a sua marca epónima lá fora. «Queremos continuar a trabalhar a internacionalização porque a nossa marca é muito bem recebida lá fora – sentimos que já está a haver uma maior recetividade à marca e uma maior curiosidade, mesmo nacionalmente, mas o nosso foco é muito o internacional e é nisso que vamos continuar a trabalhar», concluiu a designer.

Alexandra Moura foi a segunda designer portuguesa a apresentar-se na Semana de Moda Feminina de Milão, depois da estreia de Gonçalo Peixoto, ambos com o apoio do Portugal Fashion. Em janeiro, a Semana de Moda Masculina de Milão contou igualmente com duas presenças provenientes de Portugal: Miguel Vieira e David Catalán.

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