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Portugal Textil
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8 de jun. de 2018
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Algodão regressa às planícies americanas

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Portugal Textil
Publicado em
8 de jun. de 2018

O aumento do preço da matéria-prima e uma seca na região está a levar os agricultores dos EUA a desistirem dos cereais.


O algodão está a voltar às planícies do Kansas e do Oklahoma, ao mesmo tempo que os agricultores desistem do trigo, atraídos pelo preço relativamente alto daquela matéria-prima assim como pela sua capacidade para suportar uma seca.

Um aumento de 20% em relação ao ano passado marca uma alteração profunda numa colheita que já dominou o delta do Mississippi até ao Texas e que registou o seu ponto mais baixo há três anos, quando os preços reduzidos levaram a quem se dedica à plantação do “ouro branco” a diminuir o número de hectares para mínimos em 30 anos.

Esta mudança pode ser de longo prazo, tendo em conta que os agricultores estão a deixar o trigo, segmento dominado pelo crescimento enorme da Rússia, o maior exportador deste cereal.

Neste contexto, o algodão acaba por ser uma aposta mais segura, porque precisa de menos água, numa altura em que esta zona dos EUA tem sofrido com uma seca.

Darrin Eck, agricultor do Kansas, citado pela Reuters, adiantou que é difícil cultivar cereais, mas «com apenas um pouco de chuva, o algodão funciona», prevendo por isso quase duplicar a área planta com esta matéria-prima.

Apesar do expectável aumento da produção, o mercado de futuros de algodão está nos 80 cêntimos por cada libra, próximo dos níveis mais elevados dos últimos quatro anos. Já o trigo estava em mínimos da década, em 2016.

A outra cultura que normalmente é usada em tempos de seca é o sorgo, para alimentação de animais, só que esta cereal tem sido alvo de tarifas chinesas, no âmbito da guerra comercial com os EUA, destacando ainda mais o algodão como solução para a área. No entanto, a fibra têxtil também está em risco de ser alvo de sanções da China, ainda que a tensão entre os dois países se tenha reduzido.

No Kansas, mais de 52 mil hectares deverão acolher plantações de algodão, segundo o departamento de Agricultura dos EUA. No Oklahoma, a área chega aos 275 mil hectares. Globalmente, o país terá mais de cinco milhões de hectares de algodão, um máximo desde 2011.

Entre os maiores beneficiados estão os produtores de sementes, como a Monsanto e a DowDuPont, com produtos que oferecem propriedades que ajudam a melhorar a rentabilidade.

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