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Estela Ataíde
Publicado em
4 de jan. de 2023
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Amazon Aware enfrenta acusações de greenwashing

Traduzido por
Estela Ataíde
Publicado em
4 de jan. de 2023

Cada vez mais marcas são apontadas e acusadas de não respeitarem os seus compromissos ecológicos na sua cadeia de aprovisionamento, expondo-se a um impacto mediático francamente desfavorável.


Reuters


O caso mais recente é a Amazon e a sua marca Amazon Aware, apontadas pelo jornal The Telegraph.
 
A gigante do e-commerce lançou a linha Aware para oferecer opções “conscientes” e “mais ecológicas”. Muitas categorias de produtos são carimbadas “Aware”, incluindo uma seleção de roupas.

O jornal fez uma experiência simples: o seu jornalista encomendou 20 artigos da Aware para saber o que esperar. 10% deles foram embalados em plásticos descartáveis, embora alguns tenham sido agrupados na mesma embalagem. A gama completa inclui 103 produtos. Além disso, os artigos foram entregues em grandes caixas de cartão forradas com papel kraft, como a maioria dos itens comprados na Amazon.

Este tipo de práticas recebem atenção crescente do público, uma vez que os consumidores estão cada vez mais exigentes no que diz respeito ao meio ambiente. As cadeias de aprovisionamento que ainda seriam consideradas “verdes” há alguns anos estão sob escrutínio e as suspeitas de greenwashing são omnipresentes.
 
A maioria das peças encomendadas pelo The Telegraph foram fabricadas no estrangeiro, o que cria dificuldades adicionais relacionadas com o alongamento da cadeia de aprovisionamento. Três pares de meias, vendidos por 17,80 libras, não só foram apresentados em plástico transparente, como também foram confecionados no Paquistão.
 
O jornal cita, no entanto, uma fonte da Amazon dizendo que a eco-certificação da marca é "justa e sincera para cada produto".
 
A empresa diz utilizar materiais menos poluentes, como algodão orgânico certificado, e dar prioridade a processos de fabrico que limitam as emissões de carbono. As condições de trabalho nas fábricas que produzem as peças são “socialmente responsáveis” e a empresa não esconde a sua lista de fornecedores.
 
Em relação às emissões de carbono da sua cadeia de aprovisionamento, a Amazon pretende compensá-las, e todos os produtos da sua linha Aware são supostamente neutros em carbono.
 
No entanto, os críticos da todo-poderosa retalhista apontam para uma certa opacidade em torno das cadeias de aprovisionamento internacionais, impossibilitando o cálculo exato da pegada de carbono de um produto produzido no estrangeiro.
 
Este novo artigo do The Telegraph segue-se a vários escândalos no setor da fast-fashion: a CMA, Competition and Markets Authority (Autoridade de Concorrência e dos Mercados) do Reino Unido, está atualmente a investigar suspeitas de greenwashing visando a ASOS, o Boohoo Group e a Asda.
 
Marcas e retalhistas estão atualmente muito mais comprometidos com o meio ambiente do que há alguns anos. No entanto, o “marketing verde” por vezes é enganoso.
 
Cecilia Parker Aranha, diretora de defesa do consumidor da CMA, diz ao The Telegraph que existe “o risco de dar a impressão de que o fabrico de um produto não tem qualquer impacto no meio ambiente. Se não conseguirmos combater o greenwashing, teremos que fazer ainda mais esforços para preservar o planeta.”
 
Além disso, os programas de compensação das emissões de carbono são por vezes acusados de serem prejudiciais, porque não consistem em eliminá-los. Isso pode dar aos consumidores a falsa sensação de progresso.

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