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Helena OSORIO
Publicado em
4 de out. de 2021
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Andreas Kronthaler ou teatro irreverente em Vivienne Westwood

Traduzido por
Helena OSORIO
Publicado em
4 de out. de 2021

A primavera-verão 2022 vista pelo designer austríaco Andreas Kronthaler para a Vivienne Westwood desenha-se sensual e teatral em igual medida. Uma mise-en-scène dramática, fiel às raízes punk da designer e ativista britânica fundadora da marca, que tomou o centro do palco na manhã chuvosa de sábado (2 de outubro), no bairro Le Marais em Paris. Especificamente na "Garage Amelot", um espaço industrial de 7.000 metros quadrados com telhados de vidro, que envolveu o desfile perturbador numa atmosfera minimalista.


Foto de família no fim do desfile - Vivienne Westwood


Aos 80 anos de idade, Vivienne Westwood ainda se encontra em plena forma. E a sua energia foi poderosamente transmitida em cada um dos quase 70 looks apresentados no último desfile da marca na Paris Fashion Week. Sob a direção criativa do designer austríaco, e marido da ativista, Andreas Kronthaler, a marca britânica apresentou uma coleção que respirava a frescura de novos começos. "Estava a pensar em recomeçar, mas para que isso aconteça, é preciso libertar espaço. E foi o que tentei fazer com esta coleção. Espero que me ajude a alcançar novas margens", disse o criador de 55 anos.

O resultado não foi outro senão uma proposta explosiva e sensual, na qual não faltaram referências a Marilyn em silhuetas apertadas sob a forma de saias justas ou decotes exuberantes. Um estilo sugestivo que também tomou a forma de casacos estruturados e ombros exagerados, combinados com calções de comprimento variável ou mesmo um minúsculo body branco. Vestidos assimétricos criados a partir de xailes, bem como sobreposições de tules ao estilo punk, impressões fotográficas ou rendas em vermelho escarlate intenso também fizeram sentir a sua presença.

Uma aposta unissexo marcada pela sustentabilidade que caracteriza a empresa britânica. Os tecidos recuperados do stock excedente deram forma a silhuetas inovadoras, enquanto que o algodão orgânico foi utilizado nas T-shirts do show, incluindo uma interpretação rasgada, sobredimensionada, com esqueleto estampado, bem como um cardigan curto de inspiração tirolesa numa cor fúcsia intensa.


Vestidos assimétricos criados a partir de xailes e sobreposições de tules ao estilopunkmarcaram o desfile - Vivienne Westwood


O linho 100% biodegradável e reciclável foi utilizado para uma camisola gráfica em salmão e azul, combinado com uma saia midi e botas de boxer. Para o casaco de renda trespassado dos anos 90 e saia dourada, bem como para os vestidos foulard, a marca optou pela viscose certificada de forma responsável.

Entre os destaques estava a conclusão teatral do desfile, que apresentou duas versões da clássica "noiva" a preto e branco. Dois desenhos dramáticos apresentados como silhuetas emolduradas em enormes telas em forma de trapézio, completados pelos seus véus correspondentes e um aceno à irreverência com costas que pouco lugar deixavam à imaginação.

Sob o olhar atento da audiência  a qual incluía a modelo Georgia May Jagger, a artista Paris Jackson, a estrela da nova versão da série "Gossip Girl" e as drag queens dos media Miss Fama e Symone  Andreas Kronthaler tomou Vivienne Westwood pela mão, camuflada na audiência. Convidou-a a fazer parte da fotografia de família, rodeada por todo o elenco, no centro do espaço industrial, no final do desfile. E a audiência explodiu em aplausos.
 

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