Helena OSORIO
21 de jul. de 2022
Angels do Porto burla mais de 100 noivas
Helena OSORIO
21 de jul. de 2022
A loja portuense Angels - Vestidos de Noiva de Clara Sousa, fechou repentinamente as portas e desapareceu das redes sociais, mormente do Facebook, deixando as noivas sem vestido e sem dinheiro, algumas ameaçadas e com o sentimento real de serem burladas.
Mais de uma centena de noivas que escolheu o seu vestido na Angels foi recentemente informada por e-mail da advogada da proprietária da loja sedeada no Centro Comercial do Carvalhido, que esta tinha sido obrigada a fechar a sua atividade, dando início a um processo judicial de insolvência e não sendo por isso possível entregar qualquer vestido ou devolver valores já liquidados.
A indignação ganhou asas nas redes sociais e foi até criado um grupo no WhatsApp, que reunia mais de 100 noivas lesadas. Tudo em vão.
Segundo carta aberta de Sara Costa, publicada no Facebook, "tudo foi um sonho, com quase um ano de antecedência escolhi-o, senti-me uma princesa mal vesti o vestido, sabia que aquele era o tal, tínhamos sido feitos um para o outro", confessa.
"A Angels - Vestidos de Noiva e o seu encerramento a 35 dias do casamento foi o pesadelo, o e-mail a informar que não entregariam o vestido, nem o dinheiro pago, foi um balde de água fria, não havia palavras de consolo que pudessem ser ditas para aliviar a tristeza, a raiva, e a frustração, com a última prova do vestido marcada e já sem orçamento disponível, não havia nada a fazer", reforça uma das muitas noivas, que tem a coragem de dar a cara.
Em sua defesa, a proprietária da loja atribui culpas à pandemia de COVID-19 e à guerra interminável na Ucrânia, como sendo hoje as desculpas institucionais mais mediáticas, seguindo até o exemplo de alguns altos mandatários.
Segundo a advogada Clara M. Santos, a loja funcionava com alguns modelos em exposição; as clientes deslocavam-se à loja, escolhiam o vestido, faziam a reserva; uma parte que era logo liquidada e a proprietária procedia à encomenda do modelo aos fornecedores sediados em Xangai, China, e Ucrânia.
“A senhora não tinha os vestidos em loja” e "não tem solução", afirma a advogada aos media, acrescentando que “os fornecedores falharam nas entregas”, devido ao lockdown vivido em Xangai e à guerra no leste da Europa, frisa.
A advogada alegou ainda que, esta “catadupa de factos”, levou ao processo de insolvência: “Quem dera à senhora ter os vestidos para fazer as entregas”, conclui.
Contudo, o site da loja-atelier continua online com as melhores referências das clientes, exibindo três comentários com cinco estrelas há um mês ("simpatia e profissionalismo, muito fácil de tratar, difícil é escolher"); há três meses ("gostei muito do atendimento muito eficaz e muito simpáticas"); e há um ano ("é a melhor loja de vestidos de noiva do planeta terra").
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