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Portugal Textil
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12 de mar. de 2021
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ANIVEC, ATP e Euratex pedem medidas para apoiar ITV

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Portugal Textil
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12 de mar. de 2021

As duas associações portuguesas e a confederação europeia do têxtil e vestuário reuniram-se com Pedro Siza Vieira para discutirem as prioridades da indústria a curto e médio prazo. A reabertura da economia assim que possível, apoios à tesouraria e um maior controlo das alfândegas estão entre as reivindicações.


Pedro Siza Vieira


A reunião decorreu na quarta-feira ao final do dia e serviu para a ANIVEC – Associação Nacional das Indústrias de Vestuário, Confecção e Moda, a ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal e a confederação europeia Euratex fazerem um ponto de situação e debaterem as prioridades que devem ser consideradas no contexto da Estratégia Têxtil Europeia.

As projeções da Euratex, apresentadas ao Ministro da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, apontam para uma quebra de 30% na atividade do setor do vestuário e de 15% na do setor têxtil, «sendo que os primeiros dados de 2021 não são animadores», refere um comunicado conjunto da ANIVEC e da ATP.

Face a este cenário na indústria, que, apontam as associações, foi uma das mais afetadas a seguir ao turismo, «as empresas estão a enfrentar graves problemas de liquidez, falta de procura (devido ao encerramento do comércio) e disrupções na cadeia de fornecimento», enumeram.

Como medidas a curto prazo, a ANIVEC e a ATP pedem apoios ao nível da tesouraria, «em especial às PME que têm vindo a enfrentar maiores dificuldades no acesso a financiamento por parte dos bancos», assim como a reabertura da economia «o mais rapidamente possível para prevenir mais perdas».

As duas associações solicitaram ainda a Pedro Siza Vieira que seja promovida a livre circulação e um mercado único sem barreiras, evitando ainda a criação de novos obstáculos a nível legislativo ou regulamentar, que se apoie temporariamente uma maior flexibilização da legislação laboral e que se dinamize a procura através de mecanismos como as compras públicas.

Salvaguardar a competitividade

Já a médio e longo prazo para o setor têxtil e vestuário europeu, e aproveitando o facto de Portugal presidir ao Conselho Europeu, a ANIVEC, a ATP e a Euratex apontaram a necessidade de uma efetiva aplicação do “level playing field”, com maior controlo nas alfândegas dos produtos importados, assegurando que os mesmos cumpram os requisitos exigidos aos produtores europeus, e da criação de uma cadeia de valor integrada na região pan-euro-mediterrânica, com aplicação da Convenção Pan-Euro-Med. As medidas sugeridas incluem ainda o reforço do investimento na inovação e digitalização, garantindo o apoio às PMEs nesta transformação, a promoção do desenvolvimento de matérias-primas mais sustentáveis no contexto europeu, a atenção à economia circular e à sustentabilidade para nortear as políticas futuras, mas sem esquecer a promoção da competitividade das empresas europeias, o fortalecimento dos programas de formação e educação, «modernizando-os e adaptando-os às necessidades das empresas do setor», e a continuação da aposta no acesso a mercados terceiros.

De acordo com o comunicado, «o Ministro da Economia foi bastante recetivo aos argumentos apresentados, mostrando interesse em apoiar as prioridades do setor e em continuar este diálogo com as associações». Pedro Siza Vieira terá ainda revelado que «algumas destas medidas poderão ser apoiadas no contexto dos diferentes programas que estão a ser preparados no âmbito das medidas comunitárias de recuperação da economia “Next Generation EU” como é o caso, em Portugal, do Plano de Recuperação e Resiliência».

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