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Estela Ataíde
Publicado em
24 de jan. de 2018
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As novas visões noturnas da Givenchy

Traduzido por
Estela Ataíde
Publicado em
24 de jan. de 2018

Escultural e suavemente adulta, a estreia Clare Waight Keller na Givenchy na alta costura, na terça-feira à noite, teve um esplendor sombrio e romântico, que de certa forma pareceu muito adequado a esta marca.


Givenchy - primavera-verão 2018 - Alta Costura - Paris - PixelFormula


Neste desfile, organizado em grande estilo no enorme Arquivo Nacional, no Marais, em vez de caminharem, as modelos deslizavam pelo parquet das grandes salas. Luzes em arco projetadas a partir do terraço banhavam as divisões com enormes feixes dourados, que iluminavam a coleção batizada de “Night Visions” (visões noturnas).
 
Waight Keller concentrou a sua atenção numa silhueta refinada, marcando imediatamente o tom com casacos maliciosamente bem cortados, com peplums feitos em lãs japonesas crocantes, apresentados com calças palazzo largas ou saias em sussurros de renda.

A couturier britânica também brincou artisticamente com inovadoras misturas de materiais: renda, plumas e metais – como um belo vestido de noite prateado, coberto por um casaco com acabamentos em plumas; ou um look que se destacou, um vestido feito de camadas de chiffon enrugado, como um gráfico de Pantone vertical.
 
Waight Keller tem obviamente estudado os arquivos de Hubert de Givenchy – o fundador, de 90 anos – e imaginou silhuetas e formas esculturais de diferentes épocas.

“Foi ótimo trabalhar com um novo vocabulário de materiais, texturas e bordados intrincados. Tingir e imprimir à mão, literalmente, de uma forma que a tinta é absorvida de maneira tão diferente – muito longe do universo do prêt-à-porter. É essa a beleza da alta costura”, disse Waight Keller, de 47 anos.


Givenchy - primavera-verão 2018 - Alta Costura - Paris - © PixelFormula


A coleção foi, em grande parte, feita em preto e branco – assim como a nota do programa e o invulgar convite, um livro de capa dura feito de páginas negras com os nomes dos convidados escritos em ouro.
 
Foram igualmente notáveis um vestido branco de cetim duquesa, com luas na parte de trás, um divino vestido de faille branca, que deixava os ombros descobertos, e um vestido de cetim rosa.
 
Resumindo, uma performance polida, ainda que talvez uma visão demasiado reverente da Givenchy, e, de facto, alta costura. Assim como a sua estreia no prêt-à-porter, em setembro, deu a ideia de uma designer que ainda estava a tentar compreender o ADN da Givenchy, este desfile pareceu mostrar uma designer a tentar decifrar o que significa exatamente alta costura, ou o que deveria representar.

Questionada sobre se, após meia década a desenhar prêt-à-porter despreocupado na Chloé, achou o desafio da alta costura assustador, Waight Keller respondeu: “No início, a quantidade de escolhas era avassaladora. Infindável. No prêt-à-porter normalmente não temos oportunidade de experimentar formas esculturais, pois não? Mas, no final, adorei aceitar isso.”

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