Portugal Textil
4 de set de 2020
Associações unem-se para debater apoios do Governo
Portugal Textil
4 de set de 2020
ANIL, ANIT-LAR, ANIVEC e ATP estiveram juntas numa reunião com o Governo para discutir as medidas de apoio às empresas do setor no âmbito da crise provocada pela Covid-19, numa iniciativa que incluiu ainda a oferta de máscaras sociais para consciencializar para a utilização de produtos reutilizáveis “made in Portugal”.

Na reunião com o Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, e com o Secretário de Estado Adjunto e da Economia, João Neves, que decorreu a 2 de setembro, as quatro associações empresariais pediram «medidas concretas e eficazes que permitam à indústria têxtil e de vestuário portuguesa ultrapassar os enormes desafios que se avizinham nos próximos meses, para que possamos evitar a perda de milhares de postos de trabalho diretos e indiretos, o encerramento de milhares de empresas, a degradação de um cluster que é único no contexto europeu e a perda da capacidade competitiva que só foi conquistada pelo espírito empreendedor e a férrea resiliência de todas as pessoas que trabalham diariamente nestes setores de atividade», referem num comunicado conjunto.
A ANIL – Associação Nacional dos Industriais de Lanifícios, a ANIT-LAR – Associação Nacional das Indústrias de Têxteis-Lar, a ANIVEC – Associação Nacional das Indústrias de Vestuário e Confecção e a ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal apontam que «desde março passado que o consumo de produtos têxteis e vestuário caiu drasticamente de forma generalizada em todo o mundo, afetando toda a cadeia de valor da indústria têxtil e vestuário, situação que apenas poderá mudar quando se verificar o regresso maciço da confiança dos consumidores internacionais e a retoma do poder de compra nos principais mercados de destino das nossas exportações».
Os números do Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que entre janeiro e junho, as exportações da indústria têxtil e vestuário baixaram 17,4%, para 2,21 mil milhões de euros, em comparação com os 2,67 mil milhões de euros do mesmo período do ano passado.
«Vivemos um momento de grande instabilidade e incerteza, existindo apenas algumas perspetivas de retoma para o final do primeiro semestre de 2021», afirmam as associações, que pedem, por isso, medidas de apoio ao emprego que sejam mais favoráveis para as empresas e para os seus trabalhadores.
Máscaras reutilizáveis e portuguesas
As associações foram ainda recebidas pelo Primeiro-Ministro António Costa, numa ação que pretendeu sensibilizar o Governo para «a importância de promover a sustentabilidade, através da utilização de máscaras têxteis reutilizáveis, bem como a produção nacional».
Foram oferecidas, ao Governo, máscaras produzidas pela Baptista & Soares, Calvelex, Adalberto, Gleba, Gouveia & Campos, Lameirinho, Marjomotex, P&R Têxteis, Pafil, Pedrosa & Rodrigues, Riopele, Samofil, Silsa, Subida, Tintex e TMG, representando alguns dos 2.500 modelos de máscaras certificadas produzidas em Portugal.
Durante a receção, António Costa apelou aos portugueses para usarem máscaras reutilizáveis produzidas pela indústria portuguesa, salientando algumas das vantagens das mesmas. «Evita estarmos a destruir recursos que podem e devem ser reutilizados, protege-nos contra a pandemia e protege os empregos dos que trabalham na indústria têxtil e as próprias empresas da indústria têxtil», explicou.
O Primeiro-Ministro salientou que apesar da quebra do mercado, as empresas conseguiram reinventar-se para criar algo indispensável à vida de todos os cidadãos, nomeadamente máscaras e equipamentos de proteção individual, resultado de um «enorme esforço que a indústria têxtil tem feito ao longo destes meses para se readaptar à realidade».
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