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Europa Press
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27 de abr. de 2015
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Até 150 mil perdem emprego em Bangladesh após desabamento de prédio Rana Plaza

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Europa Press
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27 de abr. de 2015

Daca (Reuters/EP) – Cerca de 220 fábricas de roupa fecharam em Bangladesh, causando a perda de 150 mil empregos, desde que o desabamento do edifício Rana Plaza explicitou as más condições de trabalho da indústria têxtil do país, desencadeando ainda uma onda de inspeções, de acordo com um relatório publicado no sábado.

Foto - AFP


Mais de 1.100 trabalhadores morreram quando o prédio veio abaixo em 2013, ensejando clamores urgentes para que retalhistas de todo o mundo façam mais para garantir a segurança dos seus funcionários em Bangladesh, segundo maior exportador de roupas do mundo, só atrás da China.
 
Desde então, a indústria de 24 mil milhões de dólares tem sido submetida a uma avaliação de segurança de grande porte – mais de duas mil das 3.500 fábricas foram inspecionadas pelo governo ou em função de iniciativas dos próprios retalhistas.

Sediada em Alemanha, a ONG Transparência Internacional Bangladesh (TIB) declarou que muitas fábricas fecharam por não implantarem as medidas de segurança mais rígidas e condições melhores para seus funcionários ou por causa da queda nas encomendas.
 
A entidade realizou uma investigação entre abril de 2014 e março de 2015 que revelou que o ritmo de fechamento das fábricas foi quase quatro vezes maior do que o do ano anterior e que a perda de vagas triplicou.
 
“As fábricas, especialmente de pequeno e médio porte, foram fechadas durante este período devido ao cancelamento de encomendas dos compradores e da falta de cumprimento (das medidas)”, declarou o diretor-executivo do TIB, Iftekhar Uzzaman, à Reuters.
 
“Teme-se que, se esse processo continuar, até 700 mil trabalhadores podem perder seus empregos”.
 
O governo rejeitou o resultado do estudo, afirmando que a maioria dos fechamentos ocorreram entre terceirizados.
 
Iftekhar disse que, embora 95% das fábricas tenham implementado o novo salário mínimo exigido, houve queixas de pagamentos irregulares e de pressão para que os funcionários aumentem sua produtividade em 60%.
 
Ele ainda citou a falta de transparência na administração de um fundo de 19 milhões de dólares de compradores e organizações internacionais para ajudar com compensações para os funcionários.
 
Quatorze marcas, entre elas JC Penney e Carrefour, que negociavam com fábricas sediadas em Rana Plaza não contribuíram com o fundo, embora a Wal-Mart tenha doado 1 milhão de dólares, declarou Iftekhar, citando o relatório da TIB.

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